Assembleia Geral da ONU aprova resolução por cessar-fogo imediato em Gaza
Decisão não tem poder vinculante, ou seja, não pode obrigar uma pausa na guerra, mas passa mensagem política e cria saia justa para Israel
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira, 12, por ampla maioria, uma resolução que pede um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, onde Israel e o grupo terrorista palestino Hamas travam uma sangrenta guerra há dois meses. O documento pretende passar uma mensagem política forte, porém, não tem poder de obrigar nenhuma das partes do conflito a interromper os ataques.
A resolução pela pausa nos combates, a segunda do tipo aprovada em pouco mais de 60 dias, obteve 153 votos a favor, entre eles o do Brasil. Do outro lado, dez países votaram contra. Outros 23 optaram pela abstenção.
O apoio a esta resolução foi maior que o registrado no último documento aprovado, em outubro, que falava apenas de uma trégua humanitária temporária.
Guerra intensa
A decisão não vinculante – ou seja, que não precisa ser acatada – foi aprovada em um momento em que os soldados de Israel avançam com força no sul de Gaza, transformando a região no que as Nações Unidas descreveram como “inferno na terra”.
Enquanto isso, no norte do território palestino, onde se concentrou a primeira fase da operação por terra das forças israelenses, o Ministério da Defesa afirmou que os “últimos redutos” do Hamas foram cercados.
Saia justa para Israel
Apesar do texto não ter um poder vinculante de obrigar uma pausa, ao contrário dos aprovados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, ele revela como cada país se posiciona perante temas de impacto para a comunidade internacional. Além disso, na avaliação de diplomatas, pode criar um constrangimento político significativo para Israel.
Nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, importante aliado de Tel Aviv, alertou que o apoio internacional à causa israelense pode diminuir perante os bombardeios “indiscriminados” contra a Faixa de Gaza, na sua declaração mais contundente desde o início da guerra.
O voto na Assembleia Geral ocorre poucos dias depois que, no Conselho de Segurança, o governo americano vetou, sozinho, uma proposta de resolução que ia na mesma direção, pedindo um cessar-fogo humanitário. Para a Casa Branca, tal proposta significaria conceder uma vitória ao Hamas.