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Assange corre risco de sofrer um julgamento midiático, diz advogado

Sua defesa diz que difamação nos meios de comunicação pode prejudicar o resultado de um julgamento secreto

Por Da Redação
7 fev 2011, 15h28

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, corre o risco de sofrer um julgamento midiático, dada a ampla e negativa cobertura feita pela imprensa de seu caso, afirmou seu advogado nesta segunda-feira.

No início do processo de extradição solicitada pela Suécia, o advogado Geoffrey Robertson criticou o fato de alguns jornais terem descrito seu cliente como um covarde que se nega a voltar ao território sueco, cuja justiça o reivindica por supostos crimes sexuais. “Existe o perigo de que uma campanha de imprensa como esta, com sua difamação nos meios de comunicação, prejulgue o resultado de um julgamento secreto”, disse Robertson, ressaltando que muitos processos por estupro são realizados a portas fechadas na Suécia.

Segundo o advogado, “dada toda a difamação de que foi objeto no mundo todo, é injusto que se dê curso à ordem de extradição e que Assange seja obrigado a comparecer a um tribunal secreto”. Robertson denunciou também as condições de detenção a que seu cliente poderia ser submetido caso fosse extraditado, pois a prisão de Gotemburgo, para onde ele seria enviado, foi criticada pelo tratamento dado aos presos, sobretudo os estrangeiros.

Por outro lado, Clare Montgomery, que representa a Procuradoria sueca neste caso, afirmou que a Suécia reivindica Assange para processá-lo e não apenas para interrogá-lo. Segundo Montgomery, uma das duas suecas que denunciaram Assange declarou que só aceitou ter relações com ele com preservativo, algo que não ocorreu, enquanto no outro caso também não houve consentimento por parte da mulher. Esta última, que teria convidado Assange para sua casa, o acusou de estupro, disse a procuradora sueca.

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Sobre o argumento da defesa de que o fundador do WikiLeaks poderia ser entregue depois aos Estados Unidos, Montgomery disse que, se houvesse perigo de “um tratamento desumano ou degradante”, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos interviria. Durante a audiência, uma testemunha da defesa, a ex-juíza do tribunal sueco de apelações Brita Sundberg-Weitman, criticou duramente o tratamento dado a Assange pelas autoridades de seu país.

Ela considerou seu caso “bastante peculiar” desde o princípio e acusou as autoridades suecas de revelar que Assange estava sendo investigado por estupro. Segundo a testemunha, o advogado Claes Bergstrom, que representa as duas supostas vítimas do australiano, afirmou que Assange “devia voltar à Suécia e confessar o que fez”. Para a ex-juíza, a imprensa sueca se mostrou “bastante hostil” no tratamento dado a Assange e a maioria das pessoas “tomou como verdade que ele estuprou as duas mulheres.”

(Com agência EFE)

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