Assad diz que Síria vive ‘um verdadeiro estado de guerra’
Somente nesta terça, mais de 50 pessoas morreram em confrontos pelo país
O ditador Bashar Assad afirmou nesta terça-feira que a Síria vive em “estado de guerra”, em discurso durante a cerimônia de juramento do novo governo nacional. “Estamos vivendo um verdadeiro estado de guerra com todas suas características e com todo o sentido da palavra”, ressaltou ele, segundo declarações divulgadas pela agência de notícias oficial Sana.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Somente nesta terça-feira, mais de 50 pessoas morreram em diversos confrontos no país, informaram grupos opositores e de direitos humanos. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos elevou para 59 o número registrado de mortos e confirmou que os bombardeios do Exército causaram a morte de 14 pessoas na cidade de Hameh, nas imediações de Damasco. Perto dali, em Qadsaya, 11 pessoas morreram em combates entre as forças sírias e os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS), acrescentou o Observatório.
Os enfrentamentos aconteceram perto de um dos palácios presidenciais, situado na estrada que une os subúrbios de Qadsaya e Al Hama à Praça dos Omíadas, em pleno centro da capital. Além disso, pelo menos seis pessoas morreram na cidade de Homs e outras seis na de Deir Zur, locais que voltaram a ser palcos de bombardeios das forças do regime sírio.
Exército – Com a onda de violência sem tréguas, pelo menos 200 soldados das Forças Armadas sírias desertaram na província de Idlib, perto da fronteira com a Turquia, informou o conselheiro de comunicação do ELS, Fahd Al-Masri. A agência de notícias oficial síria Sana, por sua vez, informou que dezenas de “terroristas” morreram nesta terça-feira em confrontos entre as autoridades e “grupos armados” em Al Hama.
As informações não puderam ser checadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime de Bashar Assad ao trabalho dos jornalistas. Enquanto isso, a ONU decidiu manter a suspensão das operações dos observadores na Síria diante da continuidade da violência no país árabe, indicou nesta terça-feira ao Conselho de Segurança o subsecretário-geral para Operações de Paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous.
O chefe dos Boinas Azuis afirmou que as condições na Síria ainda são “muito perigosas” para os militares desarmados que integram a missão. Após 16 meses de conflito, estima-se que tenham morrido mais de 15.000 pessoas na Síria, cerca de 230.000 tenham se deslocado internamente e mais de 60.000 tenham buscado refúgio em países limítrofes, segundo dados das Nações Unidas.
(Com agência EFE)