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Assad culpa ‘conspiração estrangeira’ por crise no país

Ditador diz que há grupos internacionais tentando desestabilizar a Síria

Por Da Redação
10 jan 2012, 06h51

O ditador da Síria, Bashar Assad, disse nesta terça-feira que há uma “clara conspiração estrangeira” tentando desestabilizar o país, o que classificou como “terrorismo”. Enquanto os protestos contra o seu regime continuam em várias partes da Síria, o tirano culpa a comunidade internacional pela crise que já matou ao menos 5.000 civis desde março de 2011, quando começaram as manifestações.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
  3. • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.

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“Grupos regionais e internacionais têm tentado desestabilizar o país e não podem mais falsificar os fatos e os eventos”, disse Assad em uma rara aparição pública. “As máscaras caíram desses rostos”, afirmou, sem especificar a quem ele estava se referindo. “Nenhuma pessoa sã nega essas conspirações internacionais, que têm como objetivo espalhar o medo internamente. Porém, desta vez, isso foi feito com pessoas de dentro do país também”, completou.

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Assad ainda negou que as forças de segurança tenham recebido ordens para atirar em manifestantes, conforme denunciaram opositores e grupos de defesa dos direitos humanos. “Eu gostaria de confirmar que não houve ordens de nenhum departamento do estado para atirar nas pessoas”, disse.

Sobre as medidas que o governo tomará contra a crise, o ditador disse que a Síria responderá com mudanças, anunciando um referendo sobre uma nova Constituição dentro de dois meses, em março. Apesar disso, ele disse que a relação entre reformas políticas e a crise estava sendo “enfatizada demais”. “Qual é a relação entre as reformas e a conspiração internacional? Se nós reformarmos o país, isso irá interromper os seus planos? Isso irá interromper o terrorismo? Um terrorista se importará se mudarmos nossas leis eleitorais?”, provocou.

O ditador também incluiu a imprensa no grupo dos “conspiradores”, tentando justificar a proibição à entrada de jornalistas estrangeiros no país. Segundo ele, a conspiração internacional também se faz agir através das notícias jornalísticas e, por isso, os jornalistas fariam uma “propaganda exagerada” sobre a situação na Síria sem o controle do estado. “Decidimos selecionar quem poderia entrar no país para fazer jornalismo para evitar que as forças externas influenciem e assustem o povo sírio”, afirmou.

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Liga Árabe – Assad aproveitou o discurso público para criticar a Liga Árabe, que enviou uma missão de observadores para verificar o cumprimento de um plano de paz, dizendo-se “surpreso pelo fato de os árabes terem ficado contra a Síria e não ao lado dela”.

O ditador disse que a Liga Árabe falhou em sua missão ao condenar o regime e ao afirmar que a violência continua, com as forças militares atuando nas cidades – em descumprimento ao plano árabe para acabar com a crise. Contudo, de acordo com Assad, isso acontece porque a Liga Árabe não teve liberdade para decidir sobre isso, já que também está sob pressão. Mesmo assim, ele disse que “não fechará as portas” às propostas árabes para solucionar a crise no país, com a condição de que elas “respeitem a soberania da Síria”.

“Nós temos trabalhado há anos para boicotar Israel, mas eles estão agora contra a Síria. Eles estão trocando Israel pela Síria?”, questionou. Quanto às ameaças da Liga Árabe de retirar o país do grupo, ele disse que isso seria impossível, pois “um corpo não pode sobreviver sem seu coração”. “A situação deles é como a de um doutor que proíbe as pessoas de fumarem enquanto coloca um cigarro em suas bocas”, disse. O discurso, realizado na Universidade de Damasco, acontece no mesmo dia em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir pela primeira vez em 2012 para discutir a violenta repressão do governo sobre os protestos no país.

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