Damasco, 10 jan (EFE).- O presidente sírio, Bashar Al Assad, anunciou nesta terça-feira a realização de um plebiscito sobre a nova Constituição para a primeira semana de março, em discurso transmitido pela TV dirigido à nação.
‘Precisamos esperar pela Constituição que será submetida a um plebiscito na primeira semana de março’, declarou Assad, que acrescentou que em seguida poderá haver eleições legislativas.
Uma comissão constitucional está preparando uma minuta para uma nova Carta Magna que espera-se que ponha fim ao monopólio do partido Baath, de Assad, e abra caminho para o multipartidismo.
Com relação ao futuro governo, o líder se negou falar de um Executivo de união nacional, mas indicou que quer um gabinete que inclua todas as tendências, inclusive os opositores, para que represente toda a nação.
Em seu discurso, proferido na Universidade de Damasco, Assad afirmou ainda que não se curvará às pressões do que denominou como ‘conspiração estrangeira’ e afirmou que liderará seu país rumo à estabilidade e à vitória total.
‘A conspiração estrangeira, que está sendo arquitetada em uma sala escura, não permanecerá escondida por mais tempo, agora se tornou clara como cristal e visível para todo o mundo’, ressaltou em seu quarto discurso desde o início das revoltas, em meados de março do ano passado.
Para Assad, a prioridade agora é recuperar a segurança, que não será obtida ‘a não ser que se bata nos terroristas assassinos com mãos de ferro’.
‘Não vai haver flexibilidade com quem aterrorizar os cidadãos, a luta contra o terrorismo é a luta de todos. Não vão conseguir destruir nossa identidade’, declarou.
Ainda assim, destacou a necessidade de iniciar um diálogo entre o Estado e as diferentes partes do país sobre como conseguir a segurança nos territórios sírios.
Por outro lado, criticou o trabalho dos meios de comunicação, aos quais acusou de ‘trabalhar contra a Síria’ para conduzi-la a um estado de destruição.
‘Digo (aos meios de comunicação) que não sou eu quem renuncia a suas responsabilidades’, advertiu em seu discurso que durou quase duas horas.
O governante também acusou alguns países-membros da Liga Árabe, que não especificou, de buscar um papel na organização ‘em troca de atiçar toda a região’, e se queixou da ‘amabilidade’ da Liga Árabe com Israel e do ‘radicalismo’ com relação à Síria. EFE