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Assad alerta para ação de terroristas contra trabalho de inspetores

A fim de eximir o regime de qualquer responsabilidade, o ditador disse que os responsáveis por destruir seu arsenal químico precisarão tomar precauções contra os rebeldes

Por Da Redação
23 set 2013, 19h43

Após permitir a entrada de inspetores estrangeiros para confiscar o arsenal químico que desenvolveu nas últimas décadas, o ditador sírio Bashar Assad tratou de eximir o regime de qualquer eventual incidente que possa vir a acontecer contra os membros da comunidade internacional. Em uma entrevista concedida à televisão estatal chinesa CCTV, Assad afirmou que os grupos de oposição farão de tudo para impedir os investigadores de cumprirem suas tarefas. E ventilou a possibilidade de os rebeldes culparem o regime por ataques contra estrangeiros.

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“Poderão existir países que pedirão aos terroristas para atacar os inspetores e impedir que o trabalho seja realizado, além de culpar o governo sírio por isso”, afirmou Assad, abusando novamente da retórica utilizada após o ataque com armas químicas que deixou mais de 1.400 mortos na periferia de Damasco, em 21 de agosto. Ameaçado com uma possível intervenção militar do Ocidente contra o seu regime, o ditador declarou por diversas vezes que os rebeldes haviam lançado a ofensiva contra a população para forçar os Estados Unidos a atacarem alvos do governo.

A saída diplomática para a crise foi acordada após a Rússia sugerir a entrega das armas químicas pertencentes ao regime sírio à comunidade internacional. Questionado sobre a exata quantidade de material tóxico produzido pelo regime, Assad procurou não emitir números com precisão. “A Síria está produzindo estas armas durante décadas, então é natural que exista uma grande quantidade delas”, disse o ditador, que passou a enviar os detalhes do arsenal à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) na última sexta-feira. Após recolher todo o material, a entidade internacional deverá encontrar um lugar seguro para destruí-lo.

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Para Assad, no entanto, o foco do regime continuará depositado em cima dos rebeldes, vistos como terroristas pelo ditador. “As armas químicas estão armazenadas em locais seguros para impedir que os terroristas de outros países possam ter acesso a elas”, acrescentou. Os grupos de oposição já haviam avisado que a entrega das armas químicas não acabaria com a luta pela queda de Assad.

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Na última quinta-feira, o vice-primeiro-ministro sírio Qadri Jamil afirmou ao jornal The Guardian que o regime pedirá um cessar-fogo à oposição durante a conferência de Genebra, na Suíça. Na entrevista, o responsável por assuntos econômicos declarou que o conflito atingiu um impasse, já que nenhum dos lados envolvidos tem poder de fogo suficiente para sair vitorioso. De acordo com o ministro, o cessar-fogo seria uma forma de recuperar a devastada economia síria e buscar uma solução pacífica para a guerra civil que já custou mais de 100.000 vidas, segundo dados da ONU. Assad, contudo, não chegou a tocar no assunto durante a entrevista divulgada pela CCTV.

Além de não ser citada pelo ditador sírio, a declaração de Jamil menciona uma conferência que deverá ser conduzida por Washington e Moscou que, como de hábito, apresentam divergências. Especialmente sobre quem deve participar. Os Estados Unidos defendem que a Coalizão Nacional Síria seja o único grupo opositor presente. Mas o próprio grupo tem se recusado a negociar com Assad no poder. A posição russa sobre a questão foi dada ao Guardian por um dos chefes do Comitê Nacional de Coordenação por Mudança Democrática (CNC), depois de um encontro com representantes do governo da Rússia. A proposta seria levar três grupos de oposição para Genebra: o CNC, a Coalizão Nacional Síria e uma delegação de curdos. Chamada de Genebra Dois, a conferência não tem data para ocorrer. Uma conferência anterior, em junho, durou apenas um dia, sem que nenhum sírio participasse.

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