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As mortes e as prisões prosseguem após cessar-fogo na Síria

Por Ho
12 abr 2012, 11h09

A porta-voz do Conselho Nacional Sírio (CNS), Basma Kodmani, anunciou em Genebra que, segundo as informações recebidas do principal grupo de oposição no terreno, três civis foram mortos e dezenas de pessoas presas, após o início do cessar-fogo na manhã desta quinta-feira na Síria.

Já a televisão pública síria anunciou que um oficial do Exército foi morto e 24 outras pessoas ficaram feridas em Aleppo, norte da Síria, em um ataque comandado por um “grupo terrorista armado”.

Segundo o CNS, dois mortos foram contabilizados na região de Hama e dezenas de prisões foram efetuadas em Aleppo, Homs e Dera. “Constatamos, com provas, que armas pesadas ainda estão sendo utilizadas em áreas povoadas. Algumas simplesmente foram reposicionadas”, acrescentou a porta-voz rebelde Basma Kodmani. Ela também relatou o aparecimento de muitos pontos de controle adicionais fortemente armados.

De acordo com a tv oficial síria, um ônibus transportava oficiais para seu local de trabalho e foi alvo de uma carga explosiva colocada por um grupo de terroristas armados perto da ponte do aeroporto de Al Nairab em Aleppo, segunda cidade do país.

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“Um oficial morreu e 24 pessoas ficaram feridas, incluindo oficiais e civis”, acrescentou a emissora.

O ministério sírio do Interior, por sua vez, fez um pedido aos refugiados que fugiram da violência para que retornem ao país.

“Pedimos aos cidadãos que foram obrigados a abandonar suas casas para regiões no interior do país, ou ainda para países vizinhos, que retornem à Síria”, afirma um comunicado do ministério, que pediu também aos sírios “que ignorem a publicidade e as informações enganosas”.

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O ministério também anunciou uma anistia para todos os homens armados que ‘não tenham sangue nas mãos’, anunciou a tv pública.

“O ministério do Interior apela aos homens armados que não têm sangue nas mãos que se apresentem à delegacia mais próxima para entregar suas armas. Eles serão liberados e não serão processados”, afirma o anúncio.

O regime sírio, que reprime de forma sangrenta a oposição, anunciou mais cedo a suspensão das operações militares, mas advertiu que suas forças responderão a qualquer ataque “terrorista”, em referência aos rebeldes, que também prometeram respeitar 100% a trégua.

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O plano do emissário da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, ainda é considerado pelo CNS como “a última chance para uma solução pacífica”, reiterou Kodmani. A organização de oposição afirma que existe disposição em trabalhar com Annan “para certificar de que os observadores internacionais serão enviados o mais rápido possível”.

O CNS pede que especialistas em direitos humanos façam parte desses observadores para medir corretamente a especificidade da situação no terreno.

“O teste real será se haverá ou não disparos enquanto a população se manifestar”, disse a porta-voz.

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou, por sua vez, que espera pelo envio de observadores à Síria “o mais rápido possível”.

Por fim, o CNS convocou para esta quinta-feira novas manifestações pacíficas contra o regime.

“Convocamos o povo a manifestar-se e a expressar-se porque é um direito absoluto. As manifestações são um ponto essencial do plano do emissário internacional Kofi Annan”, afirmou À AFP Burhan Ghalioun.

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Todas as manifestações dos opositores foram reprimidas pelo regime de Bashar al-Assad.

“O cessar-fogo não tem nenhum valor se não permite ao povo manifestar-se, e o plano de Annan não tem nenhum valor se não permite a transição do país para um governo democrático e pluralista”, completou Ghalioun.

“O início do processo de transição é o direito do povo de manifestar-se e a liberdade de imprensa”, concluiu o opositor.

Kodami questionou se não haveria uma mudança na estratégia política do governo sírio, que voltaria a realizar prisões e apelar para atiradores emboscados, como aconteceu no início do movimento de contestação.

“Após a pressão internacional, o uso de armas pesadas tornou-se uma linha vermelha”, disse.

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