Argentino é eleito papa e adota o nome de Francisco
Nome do cardeal Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, se impôs na quinta votação, no segundo dia do conclave. Ele é o primeiro papa jesuíta, o primeiro americano e o primeiro a usar o nome de Francisco
O arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito o novo papa nesta quarta-feira. Ele passará a usar o nome de Francisco.
Especialistas o consideram um articulador com grande capacidade e tem perfil fortemente doutrinário. Bergoglio é um intelectual jesuíta que anda de ônibus e tem se dedicado aos mais pobres com medidas práticas. Quando foi nomeado cardeal, Bergoglio persuadiu centenas de argentinos a não viajarem a Roma para celebrar com ele e, em vez disso, dar o dinheiro que seria gasto na viagem para os pobres. Ele mesmo optou por uma vida simples, ao trocar o palácio do arcebispo por um apartamento simples e preparar suas próprias refeições.
Foi um opositor duro da decisão argentina de legalizar o casamento gay em 2010, argumentando que as crianças precisam ter o direito de crescerem e serem educadas por um pai e uma mãe. Ele foi nomeado cardeal por João Paulo II em 21 de fevereiro de 2001. Era arcebispo da capital argentina desde 1998.
Leia análises:
Augusto Nunes: Confundem terço com gravata
Reinaldo Azevedo: Enfim, um papa “negro”
Ricardo Setti: Igreja envia sinais contraditórios
Caio Blinder: Escolha mostra vigor e ousadia
Sacerdote jesuíta nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, Bergoglio é filho de italianos. Ele formou-se em um curso técnico, mas, aos 21 anos, em 1957, decidiu converter-se em sacerdote, informa o jornal La Nación. Mais tarde, estudou teologia na Alemanha.
Membro da Companhia de Jesus, foi considerado um dos mais fortes candidatos a suceder João Paulo II, em 2005. Ele teria ficado em segundo lugar na votação, segundo informações que vazaram sobre o conclave, apesar das regras de sigilo absoluto sobre a votação. Ratzinger teria liderado o primeiro turno, com 47 votos, seguido por Bergoglio, com 10. No segundo, 30 votos separaram Ratzinger de Bergoglio. No terceiro, Ratzinger ficou ainda mais perto dos dois terços dos votos necessários para ser eleito, até que foi escolhido papa no quarto escrutínio.