Os restos mortais de 120 pessoas desaparecidas durante a ditadura militar argentina foram identificados pela Equipe de Antropologia Forense do país, informaram nesta segunda-feira porta-vozes dos legistas. As ossadas foram encontradas em diversas valas comuns e em cemitérios espalhados pelo território argentino.
A iniciativa faz parte da Campanha Latino-Americana para a Identificação de Pessoas Desaparecidas, que começou em 2007 e conta com o apoio de diversos países. Entre as vítimas identificadas, estão alguns uruguaios que também desapareceram durante os “anos de chumbo” na Argentina. O número total de estrangeiros, porém, ainda não foi divulgado.
Cerca de 6.000 amostras de sangue de parentes dos desaparecidos foram enviadas ao laboratório americano Bode Technology, no estado da Virgínia, que participou dos trabalhos de identificação após os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York. Os pesquisadores ainda receberão outras 800 amostras em agosto.
A campanha para a coleta de sangue de parentes das vítimas começou depois que o Congresso dos EUA aprovou um orçamento de 1,4 milhão de dólares aos legistas argentinos.
Anos de Chumbo – A ditadura argentina (1976-1983) é considerada uma das mais violentas da América do Sul. Durante o regime, militares assassinaram cerca de 30 mil civis, incluindo crianças e idosos. Eles assumem, no entanto, o assassinato de apenas 900 pessoas.