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Argentina amanhece em greve geral e Milei ironiza: ‘Não paro de trabalhar’

Paralisação é protesto contra a Lei Ônibus, que vai ao Senado nesta quinta, 9. Governo chamou sindicalistas envolvidos de 'fundamentalistas do atraso'

Por Amanda Péchy
Atualizado em 9 Maio 2024, 15h04 - Publicado em 9 Maio 2024, 10h45

A Argentina amanheceu em greve nesta quinta-feira, 9, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior e mais influente central sindical do país, em protesto contra a Lei Ônibus, que será votada no Senado. O pacote liberal que se tornou uma das prioridades do governo inclui uma lista de privatizações, a concentração de alguns poderes nas mãos do executivo e uma pequena e polêmica reforma trabalhista. O presidente argentino, Javier Milei, foi às redes para ironizar o movimento, dizendo que enquanto há paralisação, ele não para de trabalhar.

Yo no paro

Alfinetando os grevistas, Milei fez uma montagem com uma foto de quando recebeu uma camisa do presidente da Fifa, Gianni Infantino, nesta semana. No lugar do desenho original – seu nome e o número 10 –, ele escreveu na camisa: “Yo no paro” (“Eu não paro”).

Na quarta-feira 8, Manuel Adorni, porta-voz da presidência, afirmou que a greve deveria afetar mais de 6,5 milhões de argentinos. Ele chegou a chamar os sindicalistas “fundamentalistas do atraso”.

Além disso, semelhante a medida quando outra paralisação contra o governo ocorreu no início do ano, o governo criou uma linha telefônica especial (134) para receber denúncias de “extorsão” contra pessoas que tentarem impedir o “direito de trabalhar”. A Casa Rosada anunciou ainda que os funcionários públicos que aderirem ao movimento terão o dia descontado do salário do mês.

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Serviços suspensos

A greve desta quinta é a segunda medida a nível nacional contra o governo Milei. O principal setor atingido será o transporte público, e a mídia local já indicou que há trânsito intenso na capital, Buenos Aires, onde há poucos ônibus à disposição da população e relatos de ao menos dois ataques com pedradas em coletivos na periferia da cidade.

Segundo o jornal argentino Clarín, a previsão é que haverá funcionamento normal de supermercados, comércio local, bares e restaurantes, farmácias e postos de atendimento. Mas serão interrompidos os transportes de mercadorias, combustível e coleta de lixo, bem como os serviços postais. Escolas particulares estão abertas, mas muitos professores faltaram.

A atividade industrial em seus diferentes ramos será restringida enquanto a paralisação nos portos será total, o que afetará o comércio agroexportador e as importações.

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A “Lei Ônibus”

O pacote de reformas proposto pelo governo foi aprovado com 142 votos a favor e 106 contra na Câmara dos Deputados argentina na terça-feira, 30, além de cinco abstenções. A lei que recebe seu nome em referência ao termo “ómnibus”, em latim, devido à amplitude de temas, ainda precisa passar pelo Senado, que começará a discutir o texto nesta quinta.

O objetivo de Milei é que tudo seja finalizado até o dia 25 de maio, data para a qual ele convocou o chamado “Pacto de Maio”, um documento de dez itens prioritários que será assinado junto com governadores.

Como o governo tem minoria na Câmara e no Senado, e depende da oposição mais ao centro, a versão que passou na Câmara é bem mais desidratada em relação à que foi levada ao Legislativo em fevereiro. Se antes eram 11 setores, agora a Lei Ônibus concede ao Executivo a capacidade de governar sem o Congresso em apenas quatro áreas por um ano, sendo elas administrativa, econômica, financeira e energética.

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O pacote também tem foco nas privatizações e entre as empresas que estão na mira estão as Aerolíneas Argentinas. Havia uma proposta para privatização do Banco da Nação, que foi retirada nos últimos dias de negociações.

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