Após confrontos, tropas ucranianas abandonam aeroporto
Governo ucraniano aponta presença militar russa nos combates. Nova reunião na Bielorrússia tentará buscar saída para a crise
Por Da Redação
1 set 2014, 09h57
Tropas da Ucrânia abandonaram nesta segunda-feira o aeroporto da cidade de Lugansk, no leste do país, depois de combates durante toda a noite com separatistas pró-Rússia. A saída representa mais um revés para o governo de Kiev diante do avanço rebelde apoiado pelo Kremlin. O porta-voz do Exército, Andriy Lysenko, apontou a presença militar russa nos confrontos, dizendo que as tropas receberam uma ordem para deixar o aeroporto depois de serem atacadas por um batalhão russo. “Julgando pela precisão dos disparos, atiradores profissionais das forças armadas russas são responsáveis pelos ataques”, disse a jornalistas. Ele afirmou que sete militares ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas.
Os combates continuam também perto do aeroporto de Donetsk, com os separatistas afirmando que dois pelotões ucranianos se renderam. Há ainda relatos de um ataque contra um navio-patrulha da Ucrânia no mar Azov, tido como nova frente de avanço dos rebeldes. Oito marinheiros sobreviveram ao ataque no domingo e estão recebendo tratamento, disse um representante da guarda costeira.
A agência estatal Ria Novosti publicou uma lista de demandas dos separatistas que controlam Lugansk e Donetsk. Entre as exigências está a de que as autoridades em Kiev “reconheçam seu estatus especial” e o direito a usar oficialmente a língua russa nesses territórios autodeclarados “repúblicas populares”. O líder separatista Andrey Purgin afirmou que a demanda por independência segue inalterada. “Também planejamos discutir a questão da troca de prisioneiros e de um cessar-fogo temporário”, disse, segundo a rede britânica BBC.
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Uma nova reunião entre representantes da Rússia e da Ucrânia está marcada para esta segunda-feira em Minsk, na Bielorrússia, com a participação de monitores internacionais e, pela primeira vez, de lideranças rebeldes. Na última semana, os presidentes Petro Poroshenko e Vladimir Putin reuniram-se para discutir a crise, mas saíram do encontro reforçando suas posições antagônicas e permanencendo longe de uma solução.
A Rússia insiste em negar ter invadido o território ucraniano, apesar de provas já terem sido apresentadas pela Ucrânia e por organismos como a Otan. “Somos a favor de uma resolução exclusivamente pacífica desta grave crise, desta tragédia”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Enquanto isso, Poroshenko volta a acusar o Kremlin de “agressão direta e aberta” contra o leste da Ucrânia.
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Mudanças — O presidente ucraniano disse que haveria mudanças no alto escalão militar por causa dos eventos da semana passada, quando separatistas tomaram a cidade de Novoazovsk, no sudeste do país, e passaram a ameaçar a cidade portuária estratégica de Mariupol.
Um alto representante de direitos humanos das Nações Unidas declarou na semana passada que o número de mortos no conflito, que já dura cinco meses, chegava a 2.600 pessoas, incluindo civis, forças ucranianas e separatistas.
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