Ao menos 100 manifestantes morrem em conflito na Síria
Todas as vítimas teriam sido mortas pela polícia em protestos contra o regime
Ao menos 100 pessoas morreram na cidade síria de Deraa, durante manifestações sem precedentes contra o regime. Todas as vítimas teriam sido mortas em confrontos com a polícia, segundo organizações de direitos humanos e testemunhas.
“Com certeza há mais de 100 mortos e a cidade precisa de uma semana para enterrar seus mártires”, declarou por telefone o militante Ayman al-Aswad, que acusou as forças de segurança de terem utilizado balas reais contra os rebeldes.
Segundo outro militante dos direitos humanos, o número de mortos supera 150.
O principal hospital do município começou a receber nesta quinta os corpos dos mortos no conflito. “Todos eles têm buracos de balas”, informou um funcionário da instituição. Dezenas de outras pessoas ficaram feridas.
O confronto – A multidão, composta principalmente por jovens sírios, tentava marchar para o centro de Deraa na noite de quarta, quando a polícia abriu fogo contra eles. Na manhã daquele dia, tiroteios haviam acontecido em funerais de vítimas de outros protestos. Segundo ativistas de direitos humanos, as pessoas que se reuniam na mesquita Omari, centro das manifestações, “não tinham sequer pedras para se defender. Foi um massacre de pessoas inocentes e pacíficas”. A energia do local também foi cortada para dificultar a reunião. Ao final da confusão, os corpos de uma menina de 12 anos e de cinco opositores foram encontrados.
A TV estatal líbia deu um relato bastante distinto dos fatos: disse que os rebeldes escondiam armas na mesquita e sequestraram crianças para usar como escudos humanos. A onda de protestos emergiu na Síria em 15 de março passado, após um chamado no Facebook sob o lema “a revolução síria contra Bashar al Assad 2011” e por “uma Síria sem tirania, sem lei de emergência (vigente desde 1963) ou tribunais de exceção”.
(Com agências Reuters e France-Presse)