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Ao inimigo número 1

O ditador Nicolás Maduro dá um jeito de tirar a imunidade parlamentar do presidente interino Juan Guaidó e exibe poder na briga para se manter no cargo

Por Thais Navarro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h51 - Publicado em 5 abr 2019, 07h00

Sob os holofotes do mundo todo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adota tática diferente da que empregou contra outros oposicionistas ao lidar com Juan Guaidó, o parlamentar que se autoproclamou presidente interino e já é assim reconhecido por 54 países, inclusive o Brasil. Muitos dos adversários de Maduro foram presos. Com Guaidó, a estratégia é outra. Na terça-feira 2, a Assembleia Constituinte retirou a imunidade parlamentar do líder oposicionista, decisão entendida como um passo do ditador para tentar legitimar o caminho de uma futura prisão. Alega-se que Guaidó viajou sem permissão em seu périplo pela América Latina. Sacar a imunidade foi o mais recente ato de uma série de atitudes que cerceiam a atividade do jovem deputado de 35 anos: o governo venezuelano congelou suas contas e passou a investigá-lo por práticas terroristas. Tão logo soube da decisão, Guaidó afirmou a um aglomerado de gente em frente à sua casa: “O regime acha que me atacando vai nos calar, mas esse é um processo sem volta”.

Embora boa parte dos especialistas aposte numa derrota gradativa de Maduro, o ditador teima em exibir sinais de força. No mesmo dia em que atacou o rival, ostentou o apoio da Rússia — que, junto com a China e a Turquia, permanece a seu lado: o Kremlin instalou em solo venezuelano um centro de treinamento de helicópteros de guerra. Dez dias antes, a presença de dois aviões militares russos já deixara a comunidade internacional em alerta. Mike Pompeo, secretário de Estado americano, disse: “Não vamos ficar de braços cruzados”.

Enquanto isso, a crise que arrastou para a pobreza 94% da população e provocou a debandada de mais de 3 milhões de venezuelanos só se aprofunda, e agora aceleradamente. Faltam comida, remédios e ocorrem apagões com cada vez mais regularidade. Depois de cinco dias consecutivos com quase todo o país às escuras no início de março e com os inúmeros cortes de energia elétrica que se seguiram, Maduro anunciou no domingo 31 um racionamento para durar, a princípio, um mês. Não deu outra: houve panelaços nas ruas de Caracas. Maduro voltou a lançar a culpa sobre os Estados Unidos, desta vez afirmando que usinas hidrelétricas tinham sido atingidas por americanos com rifles de longo alcance. Estava falando sério.

Publicado em VEJA de 10 de abril de 2019, edição nº 2629

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