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Alvos de ataques, muçulmanos ampliam voto em Trump

Segundo a AP, 35% dos votos muçulmanos foram direcionados ao republicano, um aumento de 20 pontos percentuais em relação a 2016

Por Amanda Péchy Atualizado em 5 nov 2020, 17h11 - Publicado em 5 nov 2020, 15h30

Donald Trump, obteve ganhos significativos entre muçulmanos americanos nas eleições do dia 3 de novembro. De acordo com a pesquisa VoteCast, da agência de notícias Associated Press, 35% votaram no republicano, 20 pontos percentuais a mais que na eleição de 2016.

O respaldo dos seguidores do Islã ao Partido Democrata é maior, já que Joe Biden recebeu 66% de seus votos. Apesar disso, o incremento do apoio ao Trumpismo é surpreendente, já que Trump fez dos muçulmanos um de seus alvos mais recorrentes.

Além da recente proibição da entrada de visitantes de países islâmicos, como Irã, Somália, Iêmen, Líbia e Síria, há um extenso registro de comentários incendiários de Trump sobre os muçulmanos. Por exemplo, o presidente chegou a sugerir o fechamento mesquitas e um levantamento de todos os cidadãos americanos que seguem o Islã.

Segundo a ministra da Suprema Corte Sonia Sotomayor, as políticas do republicano são “motivadas pela hostilidade e animosidade em relação à fé muçulmana”.

“Mesmo tendo uma linha básica do Trump e após quatro anos sob o governo Trump, alguns muçulmanos disseram: sim, eu quero mais disso”, disse Shadi Hamid, pesquisador da think tank de política Brookings Institution, no Twitter.

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Apesar do padrão claro e consistente, as urnas mostram que parte dos muçulmanos americanos ainda apoia o presidente Trump. Segundo a think tank de políticas públicas Institute for Social Policy and Understanding, os seguidores do Islã não-negros e aqueles sem diplomas universitários são mais propensos a aprovar suas políticas.

Contudo, o correlato mais forte da aprovação de Trump é a identificação partidária. Ou seja, os muçulmanos que se identificam como republicanos são significativamente mais propensos a apoiar o desempenho do presidente no cargo – especialmente devido à política econômica. É quase um retorno à era de George W. Bush, quando o senso comum associava seguidores do Islã ao Partido Republicano.

O grupo demográfico deve tornar-se cada vez mais importante no cenário político dos Estados Unidos, já que, na última década, a comunidade cresceu significativamente.

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De acordo com o instituto de pesquisa Pew Research Center, sua porcentagem na população mais do que dobrou – o grupo agora representa cerca de 1,4% por cento dos americanos. Além disso, mais de 1 milhão de muçulmanos votaram na eleição da terça-feira 3, batendo o recorde de comparecimento.

O presidente Trump também destacou-se entre outros grupos minoritários. Como os seguidores do Islã, o voto latino foi predominantemente democrata – 63% apoiou Joe Biden –, mas Trump teve 35% entre o grupo demográfico, um aumento de 7 pontos percentuais para em relação a 2016 – quando recebeu 28% dos votos latinos contra Hillary Clinton.

Apesar de seus eleitores ainda serem predominantemente homens brancos com baixo grau de escolaridade, a base de Trump está se ampliando e ganhando novas cores e formas. E o conservadorismo segue firme e forte em boa parte do país.

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