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Ano de 2023 foi o mais quente já registrado na história, diz relatório

Copernicus, agência climática da UE, revela que planeta atingiu temperatura quase 1,5ºC mais alta que os níveis pré-industriais; 2024 pode ser ainda pior

Por Henrique Barbi
9 jan 2024, 09h00

Marcado por termômetros elevadíssimos, o período de janeiro a dezembro de 2023 foi o mais quente já registrado na história e viu a temperatura global se aproximar, como nunca antes, do marco de 1,5°C acima dos níveis pré-Revolução Industrial, segundo o relatório do Copernicus, agência climática da União Europeia (UE), divulgado nesta terça-feira, 9.

A pesquisa anual Global Climate Highlights apresentou um apanhado dos extremos climáticos mais relevantes do ano, assim como os principais impulsionadores da alta nas temperaturas, jamais vista desde que começaram as medições, em 1850. Entre eles estão o disparo na concentração de gases do efeito estufa, os fenômenos El Niño e La Niña, bem como outras variações naturais.

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A temperatura global do ar à superfície aumenta em relação à média de 1850-1900, o período de referência pré-Revolução Industrial, com base em vários conjuntos de dados de temperatura global a cada 5 anos desde 1850 (esq.) e como médias anuais desde 1967 (dir). 09/01/2024 -
A temperatura global do ar à superfície aumenta em relação à média de 1850-1900, o período de referência pré-Revolução Industrial, com base em vários conjuntos de dados de temperatura global a cada 5 anos desde 1850 (esq.) e como médias anuais desde 1967 (dir). 09/01/2024 – (C3S/ECMWF/Reprodução)

“Os extremos que observamos nos últimos meses fornecem um testemunho dramático de quão longe estamos agora do clima em que a nossa civilização se desenvolveu. Isso tem consequências profundas para o Acordo de Paris e todos os esforços humanos”, afirmou o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo.

“Se quisermos gerir com sucesso a nossa carteira de riscos climáticos, precisamos urgentemente descarbonizar a nossa economia, utilizando esses dados para nos prepararmos para o futuro”, acrescentou.

Destaques do levantamento

  • O ano passado teve uma temperatura média global de 14,98°C. Isso foi 0,17°C superior ao recorde anterior, de 2016;
  • 2023 foi 0,60°C mais quente do que a média aferida entre 1991 e 2020;
  • O ano foi 1,48°C mais quente do que a era pré-industrial (de 1850-1900), chegando perto do limite de aquecimento estabelecido pelo Acordo de Paris;
  • É provável que 2024 exceda a marca de 1,5°C de aquecimento acima dos níveis pré-industriais;
  • Todos os dias do ano, pela primeira vez, foram pelo menos 1°C mais quentes do que a era pré-industrial. Metade foram 1,5°C mais quentes, e dois dias em novembro foram, pela primeira vez, 2°C mais quentes;
  • Todos os meses de junho a dezembro bateram recordes de temperatura em relação a qualquer dos meses correspondentes de anos anteriores;
  • Agosto foi o mês mais quente da história, e o verão do Hemisfério Norte (de junho a setembro) foi a estação mais quente já registrada.

Outros pontos relevantes

Além dos termômetros em disparada, as medições do volume de gelo marinho na Antártida atingiram baixas históricas. No Ártico, oceano que banha o continente gelado, imagens via satélite indicaram que o gelo teve um dos quatro piores índices já registrados.

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As temperaturas médias da superfície do mar também subiram, com níveis sem precedentes entre abril e dezembro. Elas se relacionam com as ondas de calor marinhas em todo o mundo, incluindo em partes do Mediterrâneo, Golfo do México, Oceano Índico e Pacífico Norte, e grande parte do Atlântico Norte.

Enquanto isso, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e metano continuaram a aumentar e atingiram níveis recordes em 2023, com 419 ppm (partes por milhão) e 1.902 ppb (partes por bilhão), respectivamente. Ou seja, em relação a 2022, a concentração de CO2 subiu 2,4 ppm, enquanto o metano aumentou 11 ppb.

Não surpreende, então, que um grande número de eventos extremos tenha sido registado ao redor do globo no ano passado. Fizeram aparições mortíferas tanto ondas de calor, incêndios florestais e secas quanto inundações, grandes tempestades e um recorde de furacões. Em particular, as emissões globais de carbono provenientes de incêndios florestais aumentaram 30% em relação a 2022, impulsionadas em grande parte pelo fogo que tomou o Canadá por meses, cuja fumaça chegou a Nova York e atravessou o Atlântico até a Europa.

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