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Angola não teme restrições do Brasil ao ingresso de imigrantes

Governado pela esquerda e favorecido pela política externa do PT, país africano tenta preservar a cooperação com governo de Bolsonaro

Por Denise Chrispim Marin 2 jan 2019, 13h20

Primeiro colega a ser recebido pelo novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o chanceler de Angola, Manuel Domingos Augusto, afirmou nesta quarta-feira, 2, não temer as possíveis restrições do governo de Jair Bolsonaro ao ingresso de imigrantes de seu país. O presidente brasileiro têm criticado a Lei de Imigração sancionada neste ano e prometido a adoção de parâmetros rigorosos para a permanência de estrangeiros no Brasil.

Augusto alegou que três em cada quatro angolanos solicitantes de refúgio no Brasil são, na verdade, originários de outros países da África e vítimas do tráfico de pessoas. Segundo o chanceler Augusto, as autoridade migratórias de ambos os países já trabalham conjuntamente na identificação e na prevenção do tráfico de pessoas.

Em seu país, a Operação Transparência permitiu a deportação de mais de 400 mil imigrantes indocumentados. Para Augusto, seu país é “vítima da imigração ilegal” por ser um dos maiores produtores de diamantes do mundo.

“As nossas fronteiras são muito porosas e temos uma imigração ilegal em Angola de cerca de 2 milhões de pessoas”, afirmou, depois de seu encontro com Araújo. “A guerra (civil) em Angola terminou há 16 anos. Portanto, não temos prisioneiros políticos. Por que haveria pessoas a pedir refúgio aqui? Isso é tráfico.”

A presença do chanceler angolano na posse do presidente Jair Bolsonaro tem claro propósito de evitar uma derrocada nas relações bilaterais. Os dois países de língua portuguesa têm em andamento inúmeros acordos de cooperação em andamento, se apoiam mutuamente nos organismos internacionais e alimentam uma corrente de comércio de 853,3 milhões de dólares – com superávit de 420 milhões de dólares para o Brasil.

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Favorecida durante os governos do PT pela política Sul-Sul, de prioridade às Nações em desenvolvimento, Angola é um dos países que podem ver seu contato com Brasília minguar durante a gestão de Jair Bolsonaro. O próprio presidente presidente declarou-se empenhado no combate ao “socialismo” no seu discurso à população no Parlatório, na terça-feira 1. Angola é governada pelo presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, do MPLA, uma antiga guerrilha pela independência do país transformada em partido político de esquerda.

Na sua conversa com Araújo, Augusto expôs seu desejo de prosseguir com a cooperação bilateral nas áreas econômica e cultural e no combate à corrupção. À imprensa, declarou que as declarações anteriores de Bolsonaro em favor de maior sintonia do Brasil com os Estados Unidos, em detrimento do mundo em desenvolvimento, e contra a proteção às minorias no país são “discursos de campanha, voltados para dentro”.

“O Brasil é um país tão importante no mundo que só pode ser positivo. Nós valorizamos o desejo do Brasil de continuar a ser um grande player internacional e, no caso específico de Angola, queremos ser parceiros estratégicos”, afirmou. O chanceler (Ernesto Araújo) reiterou seu desejo de dar continuidade à cooperação com a África e, no caso de Angola, isso ficou registrado”, completou.

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