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‘Amigos da Síria’ pedem solução política para os próximos dias

Ilya U. Topper. Istambul, 1 abr (EFE).- A 2ª Conferência dos ‘Amigos da Síria’, realizada neste domingo em Istambul com a participação de 83 países, voltou a apostar em uma solução negociada para a crise, mas insistiu que esta deve ocorrer ‘em questão de dias, não semanas’. Todos os países reunidos reconheceram o Conselho Nacional […]

Por Da Redação
1 abr 2012, 15h29
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  • Ilya U. Topper.

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    Istambul, 1 abr (EFE).- A 2ª Conferência dos ‘Amigos da Síria’, realizada neste domingo em Istambul com a participação de 83 países, voltou a apostar em uma solução negociada para a crise, mas insistiu que esta deve ocorrer ‘em questão de dias, não semanas’.

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    Todos os países reunidos reconheceram o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal organização opositora no exílio, como ‘representante legítimo de todos os sírios’.

    ‘Os Amigos da Síria reconhecem o CNS como representante de todos os sírios, como interlocutor principal para as negociações na Síria’, anunciou o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu em entrevista coletiva ao término da conferência.

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    O encontro não avançou, no entanto, em medidas mais agressivas contra o regime de Bashar al Assad, como a intervenção militar estrangeira, o envio de uma força de paz árabe, ou o apoio explícito à guerrilha síria, requisitadas por alguns setores da oposição e certos países da região.

    O documento final, de quatro páginas, contém numerosos detalhes que respaldam a postura do CNS, como o expresso ‘apoio às medidas legítimas que tome a população síria para se proteger’.

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    Também possui uma solicitação aos membros das forças de segurança sírias para que ‘não obedeçam ordens ilegítimas’, e um pedido expresso para impedir o acesso do regime ao armamento.

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    Além disso, inclui o compromisso dos países reunidos para ‘trabalhar em medidas adicionais apropriadas que protejam à população síria’, frase ambígua que deixa a porta aberta para outras iniciativas.

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    Apesar das conclusões não permitirem falar de uma nova fase na pressão sobre o regime, todos os participantes se esforçaram em apresentar a reunião como um passo decisivo para pôr fim à violência que já custou a vida de mais de nove mil pessoas em um ano.

    A conferência estabeleceu ainda dois grupos de trabalho: um que se esforçará para ampliar as sanções contra a ditadura de Assad e outro que trabalhará pela recuperação econômica de uma futura Síria democrática.

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    No entanto, parece que qualquer medida ficará suspensa pelo menos até segunda-feira, dia no qual o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, apresentará perante o Conselho de Segurança um balanço de sua iniciativa de paz, aceita em teoria por Assad, embora não tenha sido posta em prática, segundo se denunciou neste domingo.

    ‘Não quero julgar de antemão: primeiro quero escutar o que Annan vai dizer amanhã, é um mediador experiente’, disse a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, após a conferência.

    Mesmo assim, a chefe da diplomacia dos Estados Unidos está quase convencida que não haverá mudanças, pois, em sua opinião, ‘Assad decidiu acrescentar este caso à sua longa lista de promessas quebradas’.

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    Dessa forma, o único passo concreto do encontro foi mesmo o reconhecimento do CNS como representante de todos os sírios, como ‘a organização que aglutina os grupos de oposição’ e se transforma ‘no interlocutor principal da oposição com a comunidade internacional’, segundo assinalou Davutoglu.

    O presidente do CNS, Burhan Ghaliun, acadêmico sírio exilado em Paris, interpretou esta formulação como um respaldo considerável.

    ‘Isto significa que o regime sírio já não pode ser considerado legítimo a partir do dia de hoje e que o povo sírio tem direito a derrubar este regime ilegítimo’, afirmou à imprensa.

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    Também ressaltou que foi reconhecido ‘o legítimo direito à defesa própria do povo sírio’, apesar de tal formulação não estar entre as conclusões.

    Horas antes, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, havia anunciado que ‘ninguém poderá negar’ este direito se Assad não ceder ‘e o Conselho de Segurança da ONU não assumir sua responsabilidade’.

    As conclusões da conferência também não contêm a opção de áreas desmilitarizadas ou de exclusão aérea que passariam ao controle do Exército Sírio Livre (ESL), como Ghaliun tinha pedido durante a reunião.

    Mas, por outro lado, inclui um compromisso claro de fazer chegar de forma urgente ajuda humanitária, com independência das negociações políticas, um ponto que Davutoglu expressou de forma mais nítida que o documento oficial.

    ‘Esta ajuda será coordenada pelo grupo Amigos da Síria em colaboração com a ONU e empregaremos todas as vias possíveis para enviá-la. Esperaremos o relatório de Kofi Annan e depois utilizaremos todas as alternativas, repito, todas as alternativas para ajudar o povo sírio’, garantiu o ministro.

    Hillary Clinton também fez uma promessa concreta ao anunciar que Washington enviará equipamentos de comunicação aos ativistas na Síria para que documentem a repressão e façam chegar essa informação ao exterior.

    A terceira reunião dos ‘Amigos da Síria’, grupo formado no dia 24 de fevereiro na conferência da Tunísia, acontecerá na França, ainda sem data definida. EFE

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