‘Ameaçado’ pelo Brasil, Uruguai expande campanha de vacinação contra Covid
Ministro da Saúde Pública, Daniel Salinas, destacou preocupação com variante brasileira do coronavírus, que representa um 'novo desafio' para Montevidéu
“Ameaçado” pela situação da pandemia no Brasil, o Uruguai deu início nesta segunda-feira, 8, a uma nova etapa em sua campanha de imunização contra o novo coronavírus, que começou na semana passada. Agora, também podem ser imunizados habitantes com idade de 55 a 59 anos, além de pacientes em diálise crônica ou na fila de espera por transplantes.
Um do primeiros a receber a primeira dose da vacina foi o ministro da Saúde Pública, Daniel Salinas, que afirmou que rapidez é “fundamental” para que o país avance neste processo, diante de um “problema muito severo” existente no Brasil. De acordo com Salinas, a variante brasileira do coronavírus, conhecida como P.1 e identificada no Amazonas, representa um “novo desafio para o Uruguai”.
“Estamos ameaçados, entre aspas, pela situação epidemiológica brasileira. A rapidez com que nos vacinaremos será fundamental para que o vírus deixe de mutar no nosso país. Estando o vírus circulando, ele muta”, explicou, garantindo que há, atualmente, 172.000 pessoas vacinadas ou cadastradas para passarem pelo processo de imunização.
Apesar de sua boa gestão no início da pandemia, o país foi o último da América do Sul a começar a vacinação e passa por um aumento de casos. Até junho, o Uruguai teve vários dias consecutivos sem nenhum novo caso, mas, desde outubro, e principalmente a partir de novembro, as infecções começaram a disparar, atingindo um recorde de 533 em 13 de dezembro.
De acordo com dados mais recentes do Sistema Nacional de Emergências uruguaio, o Uruguai chegou a 63.837 casos de infecção pelo coronavírus desde o início da pandemia, sendo que 8.325 estão atualmente ativos. Há 87 pessoas internadas nas UTIs dos hospitais do país. Nas últimas 24 horas foram notificadas seis mortes por Covid-19, o que eleva o total para 651.
Atualmente, seis dos 19 departamentos (províncias) do Uruguai estão em zona vermelha de risco epidemiológico, o nível mais alto.
Até meados de fevereiro, segundo registros do Ministério da Saúde brasileiro, o Brasil já tinha 185 casos confirmados da P.1. Além de pessoas infectadas no Amazonas, há notificações no Pará, Roraima, São Paulo, Ceará, Paraíba, Piauí, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.