A Alemanha anunciou nesta segunda-feira, 10, que vai pagar as contas de gás de residências e pequenas e médias empresas durante o mês de dezembro. O governo também vai subsidiar os preços de gás entre março de 2023 e abril de 2024, em uma medida que faz parte do pacote econômico de 200 bilhões de euros anunciado pelo premiê do país, Olaf Scholz, em setembro deste ano.
O esquema de subsídio foi projetado para limitar as contas, mas ainda incentivar as pessoas a economizar energia. No entanto, aqueles que ultrapassarem as porcentagens deverão pagar o valor cheio para o consumo de energia adicional.
Entre as primaveras de 2023 e 2024 do hemisfério norte, as residências vão pagar 0,12 euros, equivalente a cerca de 0,6 reais, por quilowatt-hora pelos primeiros 80% do uso de gás no ano passado. Enquanto isso, a indústria pagaria de 1º de janeiro de 2023 até o final de abril de 2024 0,07 euros, equivalente a 0,35 reais, por quilowatt-hora pelos primeiros 70% do uso do ano passado, segundo o jornal britânico The Guardian.
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A decisão vai custar cerca de 90 bilhões de euros, segundo uma comissão de 21 acadêmicos, empresários e sindicatos que fizeram parte da medida. A copresidente do painel de especialistas, Veronika Grimm, afirmou ao The Guardian que os preços subsidiados vão fornecer um “novo normal” com o qual empresas e residências podem se planejar. No entanto, ela ressalta que não será possível retornar artificialmente aos preços baixos comuns antes da invasão russa na Ucrânia afetar a política energética da Alemanha.
“Não será o caso de o preço voltar a cair para 7 centavos no futuro”, disse Grimm. “Não receberemos gás russo por muito tempo.”
A economia do país enfrenta uma combinação ameaçadora de custos de energia altos. A possibilidade de déficits de energia no próximo inverno e uma provável recessão econômica do país são consequências decorrentes da guerra em curso na Ucrânia e da alta dependência do gás vindo da Rússia.
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Antes das medidas apresentadas pela comissão de especialistas, o bilionário “escudo defensivo” promovido pelo primeiro-ministro alemão em setembro havia provocado questionamentos por parte da União Europeia. A Polônia chegou a acusar Berlim de “destruir” o mercado interno do bloco ao subsidiar seus próprios negócios, em vez de promover um teto pan-europeu nos preços de gás.