Cabul, 13 mar (EFE).- Um grupo de líderes tribais e aldeães de Kandahar assegurou que o massacre de 16 civis ocorrido no último domingo pela ação de um militar dos Estados Unidos nessa região afegã foi uma ‘vingança’, segundo informa a agência de notícias ‘AIP’.
Cerca de 100 aldeães do distrito de Panjwai, onde ocorreram os fatos, participaram de entrevista coletiva na qual asseguraram que o massacre foi perpetrado por vários militares, e não por um só, como afirmam Estados Unidos e a missão da Otan.
‘Uma bomba explodiu à passagem de um veículo na zona de Zangabad, no distrito de Panjwai, há três dias’, explicou nesta segunda-feira um dos líderes tribais, Haji Muhammad Shah Khan.
‘Mais tarde, os soldados dos EUA reuniram várias pessoas na zona e os acusaram de ter colocado a bomba. Disseram que se vingariam e atacariam mulheres e crianças na região’, acrescentou.
Segundo outro aldeão, Haji Muhammad Hassan, o massacre foi produzido por um grupo de soldados com apoio aéreo, apesar de autoridades afegãs, dos EUA e da missão da Otan atribuírem os fatos a um militar afligido por uma suposta ‘crise nervosa’.
‘Se o soldado tinha um problema mental, por que não matou os soldados que tinha a seu lado?’, perguntou Hassan.
Os aldeães pediram aos EUA, à comunidade internacional e às Nações Unidas que lancem uma investigação sobre o caso e ameaçaram produzir uma ‘rebelião nacional’ se houver outro incidente armado contra civis em Kandahar.
Segundo fontes oficiais americanos, o militar saiu de sua base na madrugada de domingo para uma incursão armada pelas casas de civis nos arredores, disparando contra seus moradores, entre eles mulheres e crianças.
Embora seu nome não tenha sido divulgado até o momento, a imprensa americana afirmou que o autor do massacre é um sargento de 38 anos que pertence à Base Conjunta Lewis-McChord, situada nos arredores de Seattle (EUA). EFE