A rede terrorista Al Qaeda assumiu nesta quinta-feira a autoria do atentado de segunda contra a embaixada da Dinamarca no Paquistão. O ataque, ocorrido em Islamabad, matou pelo menos seis pessoas e feriu outras trinta, incluindo uma funcionária brasileira de um escritório vizinho. Os terroristas liderados por Osama bin Laden confirmam na mensagem divulgada pela internet que a publicação de charges do profeta Maomé pela imprensa dinamarquesa motivou o ataque.
O texto afirma que a explosão do carro-bomba foi a vingança da Al Qaeda pela “blasfêmia” dos dinamarqueses, que publicaram desenhos do profeta em fevereiro último. As charges, consideradas ofensivas pelos muçulmanos, provocaram uma onda de protestos pelos países de maioria islâmica. A mensagem, assinada por Mustafa Abu al-Yazid, avisa que a Dinamarca será alvo de mais ataques caso não se desculpe pela publicação das charges do criador da religião islâmica.
Conforme Yazid, o ataque desta semana foi “um aviso a essa nação infiel e a todas que seguirem seu exemplo”. Sem um pedido de desculpas, diz o texto, mais ataques serão praticados pela Al Qaeda — a explosão de segunda seria “apenas a primeira gota de uma tempestade”. O texto da rede terrorista diz que o nome do “mártir” que praticou a missão será divulgado em breve. O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, disse que não pedirá desculpas.
Enquanto isso, o governo dinamarquês participa da investigação do ataque. Uma equipe de agentes dinamarqueses foi enviada a Islamabad para participar da apuração. Os europeus entregaram aos paquistaneses uma gravação de vídeo que mostra o momento em que a bomba é detonada. O carro, um Suzuki, tinha placas de identificação da embaixada, possibilitando passar pela segurança sem problemas. Os guardas, porém, foram criticados por não parar o veículo suspeito.