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Ainda em meio à violência, Afeganistão começa a assumir sua própria segurança

Por Da Redação
13 dez 2011, 15h33

Fawad Peikar.

Cabul, 13 dez (EFE).- Após uma década de guerra, em 2011 chegou ao fim um ciclo no conflito no Afeganistão com o início da retirada de tropas da Otan e a transferência da segurança do país às forças locais em um processo que ocorre em meio à violência.

Apesar de a comunidade internacional anunciar que manterá seu apoio além de 2014, quando está prevista a retirada completa das forças da Otan, o Afeganistão está longe de mostrar sinais que convidem ao otimismo sobre seu futuro a curto e médio prazo.

A transferência do controle do país às forças afegãs entrou neste mês em sua segunda fase sem que tenham sido solucionadas dúvidas sobre a capacidade das autoridades locais de garantir a segurança de seus cidadãos e pôr fim aos ataques dos talibãs.

No dia 22 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, detalhou que ainda neste ano 10 mil soldados norte-americanos deixariam o Afeganistão, e que em 2013 a retirada seria concluída.

Nos dias posteriores, outros países, como a Espanha, anunciaram também o retorno de suas forças com calendários similares ao dos EUA.

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A intenção de Washington e de seus aliados de sair de um conflito que parece se alongar indefinidamente se somava à deterioração da relação entre a Otan e o governo de Cabul pela morte de civis em operações da aliança militar.

Só no primeiro semestre do ano morreram quase 1.500 civis em incidentes atribuíveis, em sua maioria, ao fogo insurgente, mas entre eles não faltaram os que tiveram sua origem em operações armadas de iniciativa das forças internacionais.

Em maio, o presidente Hamid Karzai chegou a ameaçar considerar como ‘invasor’ o contingente internacional se civis afegãos continuassem a morrer em bombardeios da Otan.

Com o início, em julho, da transferência das tarefas de segurança às forças afegãs, começou a retirada gradual das tropas americanas, que em agosto sofreram um de seus piores golpes em toda a guerra. Um projétil derrubou um helicóptero no sul de Cabul, matando 31 soldados dos EUA e sete afegãos, o que engrossou o número de baixas entre as forças da Otan em 2011 a 544, nível só inferior ao de 2010.

A progressiva transferência das funções de segurança ao exército e à polícia locais não representa uma mudança nas táticas dos talibãs, que optam cada vez mais por ataques diretos a funcionários com altos cargos e por atentados suicidas.

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Em maio, os talibãs fizeram um múltiplo ataque a vários pontos nevrálgicos da cidade de Kandahar, com saldo de 30 mortos, e em junho um comando atacou o emblemático hotel Intercontinental de Cabul, onde mataram 21 pessoas.

A insurgência reapareceu na capital em 13 de setembro com uma série de ataques coordenados contra a embaixada dos EUA e à sede da Otan que deixaram uma dezena de mortos.

Paralelamente, Karzai redobrou seus esforços para integrar no jogo político os seguidores do mulá Omar, uma ‘reconciliação’ vista com ceticismo por muitos setores afegãos.

A morte de 80 pessoas no último dia 6 em dois ataques com explosivos contra a comunidade xiita em Cabul e na cidade de Mazar-i-Sharif também não contribui para o processo de reconciliação interna.

Os ataques foram reivindicados por um grupo radical paquistanês, o que reflete a complicada rede de interesses regionais que estão em jogo no tabuleiro afegão. EFE

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