A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reconheceu nesta terça-feira em comunicado o fracasso de sua mais recente missão especial ao Irã, onde não conseguiu avançar nos pontos pendentes da investigação sobre o programa nuclear iraniano.
Após dois dias de negociações em Teerã, os inspetores da AIEA não receberam permissão para visitar a instalação militar de Parchin, onde os inspetores acreditam haver atividades relacionadas com um possível programa nuclear militar, nem puderam esclarecer as possíveis dimensões militares do programa atômico da República Islâmica, informou a nota emitida em Viena. “O Irã não deu sua permissão para fazermos essa visita”, reconheceu o organismo em comunicado.
O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano lamentou a recusa do Irã em permitir a visita a Parchin. “Nós negociamos com espírito construtivo, mas não chegamos a acordo algum”, concluiu o japonês, que deve emitir nesta mesma semana seu mais recente relatório sobre a investigação do programa nuclear do Irã. No último, publicado em novembro do ano passado e considerado como o mais duro após nove anos de investigações, Amano afirmou que existem informações “críveis” que indicam que Teerã está trabalhando em um programa nuclear militar.
Tensão – O Irã se nega a falar há quase quatro anos sobre estas alegações, que considera “mentiras” e “falsificações”. Em uma tentativa de superar esse ponto morto na investigação, a AIEA decidiu enviar em janeiro e em fevereiro duas missões especiais ao país. O fracasso da missão da AIEA aconteceu em um momento de crescente tensão na disputa sobre o programa nuclear iraniano e nas ameaças diretas e indiretas de Israel sobre um possível ataque aéreo contra as instalações atômicas desse país.
(Com agência EFE)