A Agência Europeia de Segurança Aérea (Aesa) anunciou nesta sexta-feira que vai ordenar nos próximos dias a substituição dos sensores de medida de velocidade suspeitos de ter influenciado a ocorrência do acidente com o voo do Airbus 447 entre o Rio de Janeiro e Paris, que deixou 228 de mortos depois de uma queda ainda não esclarecida no Oceano Atlântico. Um pouco mais cedo, a Airbus anunciou que recomendaria às companhias aéreas a substituição desses sensores. A ordem da Aesa será pela troca de todos os sensores Pitot Thales de tipo AA nos Airbus A330 e A340, segundo um comunicado.
Todos os A330 e A340 deverão ser equipados com pelo menos dois sensores Pitot produzidos pelo americano Goodrich, o terceiro sendo opcional: Goodrich ou Thales, porém neste caso deverá ser do tipo BA, mais recente que o AA, explicou a Aesa. “Os três tipos de sensores (os dois Thales e a Goodrich) respeitam os critérios de segurança em vigor”, destacou a Aesa, falando em precaução. Está sendo elaborada uma proposta detalhada do texto para ser publicada nos próximos 14 dias, informa a organização com sede em Colônia (Alemanha) e encarregada da certificação dos aviões na Europa.
A Airbus recomendou que as companhias aéreas substituam pelo menos duas de cada três sondas sondas Pitot da marca Thales por modelos da americana Goodrich nos aviões A330 e A340, disse nesta sexta um porta-voz do construtor europeu. “Enviamos uma carta a todos os nossos operadores para recomendar que substituam as peças em sua frota”, afirmou o porta-voz. Esta recomendação se refere à mudança de pelo menos duas das três sondas da marca Thales usadas em cada avião. A mudança diz respeito a cerca de 200 aviões de uma frota de mil aparelhos dos modelos de longo alcance A330 e A340.
Os outros aviões da frota já estão equipados com as sondas Goodrich. Depois do acidente com o voo 447 da Air France, “pedimos a nossos cientes que nos informassem sobre os resultados de suas sondas Pitot”, disse o porta-voz. “Por precaução, a Airbus emitiu esta recomendação depois dos informes das companhias aéreas.” Os sensores Pitot foram questionados por vários sindicatos após o acidente do 447 e a Air France acelerou a substituição dos sensores pelos modelos mais recentes. O Sindicato dos Pilotos de Linhas Comerciais (SNPL), majoritários na Air France já havia pedido a substituição dos sensores.
O sindicato também queria a saída dos sensores da marca Thales e a instalação das peças Goodrich em toda a frota da companhia. Esses sensores equipavam tanto o aparelho A330 da Air France acidentado entre Rio de Janeiro e Paris como o Airbus A320, que sofreu um incidente no dia 13 de julho entre Roma e Paris. Segundo o SNPL, 70% da frota mundial de aviões comerciais são equipados com sensores americanos Goodrich, que nunca foi citado em incidentes anteriores. Nesta quinta, um Airbus A330 da Air France que partia rumo a Camarões teve de voltar a Paris depois de um problema técnico.
(Com agência France-Presse)