A Otan, a aliança militar do Atlântico Norte, anunciou nesta terça-feira que decidiu reduzir as operações de sua missão no Afeganistão (Isaf), restringindo a cooperação com o exército afegão e a população local. A decisão foi motivada por causa do crescente número de soldados da coalizão mortos por integrantes das forças de segurança locais e o ambiente adverso que se criou no país após a recente onda de ataques antiamericanos no mundo islâmico, que foi motivada pelo vídeo que satiriza ao profeta Maomé.
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“Estes eventos fazem com que as tropas da Isaf aumentem a vigilância e revisem cautelosamente todas as atividades e interações com a população local”, afirmou a aliança militar em comunicado. Apenas neste ano, 51 militares estrangeiros morreram em 36 ataques realizados por soldados ou policiais afegãos.
De acordo com a nota, o chefe da missão aliada, general John Allen, “pediu a todos os comandantes operacionais que revisem as forças de proteção”, o que levará “a ajustes em como, quando e onde as tropas da Isaf atuam”.”As operações se conduzirão de modo que o risco para nossas tropas diminuam, mas o êxito da missão seja garantido”, ressaltou a Isaf.
No início deste mês, o general Allen já tinha anunciado uma ampla estratégia para abordar os contínuos ataques internos praticados por militares e policiais afegãos. Como parte desta estratégia está a suspensão do treinamento por parte dos Estados Unidos de cerca 1.000 recrutas da polícia local.
Em guerra há mais de dez anos, o Afeganistão ficou anda mais convulsivo nos últimos dias com a onda de protestos contra o vídeo produzido nos EUA e considerado ofensivo ao profeta Maomé por seguidores do islamismo. O filme Inocência dos Muçulmanos, inclusive, foi apontado como motivação de um novo ataque nesta terça-feira, no qual ao menos 12 pessoas morreram – nove estrangeiros e três afegãos.
O atentado suicida ocorreu nas proximidades do aerorpoto de Cabul. Um dia antes, dezenas de policiais ficaram feridos durante violentos protestos na capital afegã.
(Com agência EFE)