Dois adolescentes chineses se suicidaram por não conseguir terminar a tempo seus deveres escolares, em atos de desespero que colocaram em evidência a enorme pressão sobre os estudantes, informou a imprensa oficial chinesa nesta sexta-feira. Em um sistema educacional competitivo, os alunos chineses passam em média 8,6 horas por dia em sala de aula, além de ficaremm muitas outras em casa realizando trabalhos escolares.
Em Nankin (leste do país), um adolescente de 15 anos pulou na quinta-feira do edifício onde vivia ao não conseguir finalizar os deveres durante os três dias de feriado, informou o jornal China Daily. No mesmo dia e na mesma cidade, outro adolescente de 13 anos se enforcou durante a noite pelo mesmo motivo, segundo o jornal.
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“Em uma nota deixada aos seus pais, o jovem escreveu que os amava, que estava triste por eles e que esperava que pudessem levar suas flores favoritas ao seu túmulo”, disse o jornal.
Envenenamento – Em um incidente separado, duas meninas chinesas de 5 e 6 anos morreram envenenadas pela diretora de um jardim de infância que buscava com este crime arruinar a reputação de outro centro para crianças com o qual competia.
Acompanhadas por sua avó, as duas meninas descobriram um bolsa abandonada no caminho para o jardim de infância. A bolsa continha um iogurte e um caderno escolar. A avó levou o objeto para casa e as meninas beberam o iogurte quando retornavam do jardim de infância, de acordo também com o China Daily.
Logo depois, as meninas sentiram uma forte dor e caíram no chão. Uma morreu na ambulância e a outra após uma semana de hospitalização. A investigação revelou que o iogurte continha tetramina, um veneno utilizado contra ratos.
A polícia deteve pouco depois dois suspeitos, uma delas Shi Haixia, de 39 anos, diretora de um jardim de infância que confessou ter envenenado o iogurte. Sua cúmplice colocou a bolsa em via pública, perto do estabelecimento com o qual Shi disputava a inscrição de crianças. Este último tinha melhor reputação que o de Shi, razão pela qual ela decidiu realizar o ataque. O crime ocorreu no dia 24 de abril na localidade de Lianghe, província de Hebei (norte) e ilustra “a falta de supervisão da educação primária” pelas autoridades locais na China. Educação – A taxa de escolaridade entre os jovens chineses é de 99%, de acordo com as Nações Unidas, mas o sistema é criticado por pais e pedagogos por sua insistência na memorização, por seus exames muito seletivos e pela rigidez dos métodos de ensino. Um estudo realizado em 2007 mostrou que alguns alunos chegavam a passar 12 horas por dia em sala de aula. Além disso, a política do filho único leva os pais a exercerem uma pressão enorme sobre os jovens estudantes para que tenham êxito. (Com agência France-Presse)