Abbas declara “Primavera Palestina” a uma multidão eufórica
Presidente da Autoridade Palestina reafirmou que não haverá negociação se colonização israelense não parar por completo
“Dissemos ao mundo que existe a Primavera Árabe, mas que a Primavera Palestina nasceu”, afirmou Abbas
O presidente da autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, foi recebido, neste domingo, como herói na Cisjordânia. Milhares de palestinos foram recepcioná-lo com bandeiras e cantos. Para a multidão, Abbas disse que nasceu a “Primavera Palestina”, após o seu discurso nas Nações Unidas. Na sexta-feira, durante sua fala na 66ª Assembleia Geral ONU, o presidente pediu o reconhecimento do estado palestino. “Basta! É hora de os palestinos finalmente terem sua liberdade. A hora da independência chegou”, disse Abbas na ONU.
Os palestinos lotaram as imediações do escritório de Abbas na cidade de Ramallah para saudá-lo depois de retornar de Nova York. O presidente da Autoridade Palestina acenou para as pessoas e comparou o seu discurso às Nações Unidas com a Primavera Árabe, cujo objetivo é a busca pela liberdade. Ele disse à multidão que um estado palestino independente é inevitável.
“Dissemos ao mundo que existe a Primavera Árabe, mas que a Primavera Palestina nasceu”, afirmou Abbas, que acrescentou: “Uma primavera popular, uma primavera de luta pacífica que vai alcançar seu objetivo.” Abbas lembrou que o caminho para a liberdade palestina será longo. Os palestinos querem um estado independente na Cisjordânia, leste de Jerusalém e Faixa de Gaza desde a guerra do Oriente Médio de 1967, quando Israel se apropriou desses territórios. “Existem aqueles que colocarão obstáculos, mas com sua presença eles cairão e nós alcançaremos nosso objetivo”, afirmou Abbas.
Abbas reafirmou que não haverá negociações com Israel se a colonização israelense nos territórios palestinos não parar por completo.
“Não haverá negociações sem a legitimação internacional e sem uma parada completa da colonização”, afirmou Abbas diante de milhares de partidários em Ramallah, na Cisjordânia, em sua volta de Nova York, onde, na sexta, apresentou um pedido histórico de adesão de um Estado palestino à ONU.
Por outro lado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que Abbas deveria concordar com negociações sem condições prévias a fim de alcançar um acordo de paz no Oriente Médio.
Em declarações a um canal TV depois do pedido do Quarteto para a Paz para a retomada de negociações diretas, Netanyahu afirmou que seu conselho a Abbas é que “se quiser alcançar a paz, coloque de lado todas as condições prévias”.
Mais cedo, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, afirmou ser favorável à adoção do plano de paz do Quarteto (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU) para conseguir um acordo de paz entre israelenses e palestinos até o final de 2012.
“Acho que é preciso aceitar a proposta do Quarteto porque inclui um ponto muito positivo: a abertura de negociações sem condições prévias” afirmou Lieberman, entrevistado em Nova York pela rádio estatal israelense.
Apesar de admitir ter reservas quanto a esse plano, o chanceler explicou que seu país deve favores aos Estados Unidos.
“Os americanos mobilizaram grandes esforços no Quarteto para alcançar esta proposta e nos apoiaram tanto na crise de nossa embaixada no Cairo como no discurso do presidente Barack Obama na ONU”, afirmou ainda.
(Com Agência Estado e AFP)