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‘A cidade acabou e agora recende a morte’

O odor dos corpos domina o ambiente. Os feridos gritam por socorro. Multidões fazem fila na esperança de obter ajuda humanitária. Na área onde morreu Zilda Arns, escombros e desolação. De Porto Príncipe, o repórter de VEJA Diego Escosteguy enviou um relato dramático sobre a destruição e o desespero enfrentados pelos haitianos depois do terremoto […]

Por Da Redação
16 jan 2010, 08h21
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  • O odor dos corpos domina o ambiente. Os feridos gritam por socorro. Multidões fazem fila na esperança de obter ajuda humanitária. Na área onde morreu Zilda Arns, escombros e desolação. De Porto Príncipe, o repórter de VEJA Diego Escosteguy enviou um relato dramático sobre a destruição e o desespero enfrentados pelos haitianos depois do terremoto de terça-feira:

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    “Escrevo este relato no chão de Porto Príncipe, a cidade que acabou e agora recende a morte e sofrimento. À minha frente, está o outrora agradável Hotel Villa Creóle – na verdade, metade dele.

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    “A parte que resta está servindo como ambulatório para tratar feridos do terremoto. O cheiro pútrido dos corpos que se estendem pelas ruas e jazem nos escombros obriga-me a usar uma máscara cirúrgica. Não adianta muito: a náusea é inevitável. A cada cinco ou dez minutos, ouço o barulho dos helicópteros que chegam e se vão – espera-se, aqui embaixo, que carreguem comida e água, tudo de que os haitianos mais precisam neste momento. Esse é um doce som. Há um bem pior, que ressoa desde que cheguei aqui, no começo da manhã: são os gritos agudos de dor que partem do ambulatório e da calçada, onde feridos padecem, sem anestésicos nem esperança, ao lado de voluntários abatidos pela impossibilidade de fazer mais e pela certeza de que nada além da morte aguarda esses infelizes abandonados à própria sorte.

    “‘Aaaaahhh’, grita uma voz de criança, silenciando todos que estão perto do ambulatório.

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    “Eu e o fotógrafo Gilberto Tadday pousamos de helicóptero num aeroporto inteiramente ocupado pela solidariedade do mundo: havia aviões americanos, franceses, espanhóis, mexicanos. Do lado de fora, o caos. Haitianos gritavam por ajuda, por notícias dos familiares. Em alguns, já se notava raiva – e não mais desespero. As ruelas cinza de poeira e terra são bordejadas por filas indianas de homens, mulheres e crianças em busca de comida, água, remédio. Pela janela do carro, alguns nos pediam ajuda.

    “Chegamos com dificuldade à perigosa região onde a missionária Zilda Arns morreu. Lá, na tradicional Igreja Sacré Coeur, que desabou quando ela conversava com fiéis, sobraram tijolos, corpos – e uma solitária imagem de Jesus Cristo em frente ao altar.”

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    Leia o relato e a reportagem completa sobre a tragédia do Haiti em VEJA desta semana (na íntegra somente para assinantes).

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