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A China tem a última palavra

Bolsonaro percebeu que a população brasileira quer se vacinar, e pouco importa a origem da substância

Por Caio Saad 29 jan 2021, 06h00

Foi como quem sabe ter as cartas na mão, pronto para baixá-las, que o presidente chinês Xi Jinping abriu o Fórum Mundial de Davos, este ano realizado remotamente, como manda o figurino da pandemia. Ele celebrou o sucesso no combate ao novo vírus, disse estar pronto para ajudar o resto do mundo na fabricação de vacinas, mas rugiu como tigre desafiado — não citou os Estados Unidos, literalmente, mas ao destacar o risco de a humanidade entrar numa “nova Guerra Fria”, que precisa ser evitada a todo custo, parecia estar falando do inimigo íntimo. O recado foi claramente entendido por todo bom entendedor, porque sem a China nada de insumos, nada de doses, nada de nada. Ecoou, claro, nas hostes do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e assessores. Quando o governador de São Paulo começou a costurar o desenvolvimento da CoronaVac com o Instituto Butantan, o presidente desdenhou a “vacina chinesa”, na cola do que dissera o ex-presidente Donald Trump. Afirmou ainda que não compraria o imunizante porque a China teria “descrédito muito grande”. Mas nada como uma pesquisa de opinião pública depois da outra. Bolsonaro percebeu que a população brasileira quer se vacinar, e pouco importa a origem da substância. Descobriu, tardiamente, que a inação do governo federal fez com que dependesse do que vem do Oriente. No Twitter — e onde mais? —, Bolsonaro recuou. Agradeceu a “sensibilidade do governo chinês” pelo desembarque de 5 400 litros de insumos para a CoronaVac e se comportou como deveria ter feito desde o início, com diplomacia. Sem Trump como muleta, o jogo mudou — e Xi Jinping sabe disso.

Publicado em VEJA de 3 de fevereiro de 2021, edição nº 2723


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