100 dias após prisão, último dos 26 ativistas do Greenpeace deixa a Rússia
Pertences dos militantes e navio Arctic Sunrise, usado durante o protesto do Greenpeace, continuam retidos pelas autoridades
O último dos 26 militantes estrangeiros do Greenpeace detidos na Rússia deixou o país neste domingo, informou a ONG neste domingo. “Estou muito feliz por voltar para casa”, declarou o polonês Tomasz Dziemianczuk, para quem o protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, que há 100 dias resultou na sua prisão, foi apenas “um grande início de nossa campanha”, segundo um comunicado divulgado pelo Greenpeace.
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O grupo de militantes foi preso por um comando armado do governo russo em 19 de setembro. A prisão aconteceu após os estrangeiros tentarem colocar um cartaz em uma plataforma de petróleo operada pela empresa russa Gazprom. Após os protestos da comunidade internacional, o governo russo concedeu anistia a todos os militantes.
Entre os militantes estrangeiros presos na Rússia estava a bióloga brasileira Ana Paula Maciel. Ela ganhou liberdade provisória em novembro, junto com outros nove ativistas. Eles foram liberados após o pagamento da fiança fixada em 2 milhões de rublos (quase 140.000 reais) cada. O pagamento foi realizado pelos advogados do Greenpeace. Em seguida, a brasileira recebeu a anistia do parlamento russo.
Navio – Já o navio Arctic Sunrise, utilizado no protesto do Greenpeace, continua apreendido pelas autoridades e segue ancorado no porto de Murmansk, na Rússia. De acordo com o Greenpeace, um pedido foi encaminhado ao comitê do governo russo que investiga o caso para permitir que o navio e os pertences dos militantes sejam devolvidos, uma vez que todo o grupo recebeu anistia.
“Estamos aliviados que eles estão indo para casa, mas eles nunca deveriam ter sido presos. O Ártico é o coração de nosso clima, o termômetro da saúde do nosso planeta, mas está sob profunda ameaça, devido às alterações climáticas e à imprudente indústria de petróleo”, disse Ben Ayliffe, responsável pela campanha pelo Ártico no Greenpeace, por meio de comunicado enviado neste domingo.