Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

“Alguns me agradecem por tratá-los no feminino ou no masculino”

Indicado ao Prêmio Veja-se na categoria Diversidade coordena o Ambulatório de Identidade de Gênero do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 09h22 - Publicado em 20 nov 2017, 19h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em sete anos de atividade, o Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, já atendeu 534 pessoas que enfrentavam o peso das dúvidas sobre a identidade de gênero. Aberto em 2010, há dois anos recebe apenas crianças e adolescentes de até 17 anos, com atendimento e orientação para os jovens e seus pais.

    Publicidade

    À frente desse trabalho está o psiquiatra Alexandre Saadeh, de 56 anos, que se tornou referência na área. Formado pela Universidade de São Paulo, ele estuda a sexualidade humana há mais de vinte anos e se doutorou, também pela USP, em 2004, com a tese “Transtorno de identidade sexual: um estudo psicopatológico de transexualismo masculino e feminino”. Ao criar o ambulatório, seis anos depois, imaginava que o público seria majoritariamente adulto. No início foi, mas com relatos quase unânimes de que a questão de identidade de gênero aparecia na infância e na adolescência. Aos poucos, a procura de menores de 18 anos cresceu substancialmente, e Saadeh decidiu entrar na assistência para essa faixa etária, hoje um diferencial do centro médico.

    Publicidade

    Com o foco do atendimento nos primeiros anos de vida ou na adolescência, o serviço consegue evitar situações arriscadas, como a ingestão de hormônios sem prescrição (há idades de referência para cada passo do tratamento), afastar diagnósticos precipitados e oferecer apoio psicológico a toda a família. “A importância do ambulatório é criar um espaço seguro para essas crianças e adolescentes que não têm lugar na sociedade”, afirma Saadeh. O profissional diz que vibra cada vez que um jovem “se encontra” com sua identidade de gênero, seja como trans ou não: “Considero fantástico acompanhar essas histórias desde o início, na fase em que o sofrimento é mais comum”.

    Com o pioneirismo do trabalho, o especialista passou a ser procurado por profissionais de saúde e educação com dúvidas sobre identidade de gênero. A convite do Conselho Federal de Medicina (CFM), ele foi escalado neste ano para ser coautor da nova portaria nacional sobre o tema, que, ele espera, auxiliará no atendimento desses jovens em todo o país. Atualmente, as autorizações para tratar conflitos de identidade de gênero em crianças são decididas uma a uma pelo CFM a partir da proposta de intervenção de cada médico ou ambulatório — ou seja, inexiste um protocolo que permita autonomia nos consultórios. Não há, reconhece Saadeh, caminho fácil para lidar com a questão. Certos detalhes, porém, podem ser muito significativos para os pacientes. “Adolescentes me abraçam e agradecem apenas por tratá-los no feminino ou no masculino, uma coisa tão simples”, relata. “Não tem como não se emocionar.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    https://www.youtube.com/watch?v=VOZROarkx4Q

    Conheça os três candidatos nesta categoria. A votação está encerrada.

    Publicidade
    Diversidade
    Alexandre Saadeh – O psiquiatra coordena o Ambulatório de Identidade de Gênero do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Leia o perfil completo
    Breno Oliveira – O empresário criou uma sorveteria onde todos os atendentes são surdos como ele — e onde os clientes têm uma aula de inclusão Leia o perfil completo
    Maitê Lourenço – A psicóloga e empreendedora comanda uma aceleradora de startups dedicada a promover empreendedores e executivos negros Leia o perfil completo

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.