Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Vinhos: as vantagens do modelo bag-in-box, que ganha espaço no Brasil

Popular na Europa e nos Estados Unidos, ele preserva a qualidade da bebida até um mês depois de aberta

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 nov 2022, 11h10 - Publicado em 26 nov 2022, 08h00
Conchego Tempranillo -
Conchego Tempranillo – (Evino/.)

vinho

As garrafas de vidro oferecem notórios benefícios para o armazenamento de vinhos. A depender da cor, elas protegem o líquido da indesejável radiação ultravioleta. Também são aliadas do processo de envelhecimento, especialmente se estiverem associadas a rolhas de boa qualidade. O formato costuma ser um indicativo do tipo, das castas de uva e da região em que o rótulo foi produzido. Não à toa, o engarrafamento em peças de vidro é o método preferido dos vinicultores e até hoje consagrado no consumo cotidiano. Mas persiste um fator que incomoda especialistas: sabe-se que, depois de abertas, as garrafas não mantêm as propriedades originais da bebida — isso explica a perda de sabor no dia seguinte e dá certa razão a quem argumenta que é preciso tomar tudo de uma só vez. Para driblar a dificuldade, outra configuração vem ganhando espaço na mesa e na adega de enólogos e consumidores em geral — o vinho em caixa.

Conhecida como bag-in-box, consiste em uma embalagem de plástico com várias camadas metalizadas, acomodada dentro de uma caixa de papelão que comporta, em geral, 3 litros. Uma pequena torneira é usada para servir o vinho, e o processo de acionamento faz com que o saco plástico continue selado a vácuo. Segundo produtores, a técnica proporciona maior durabilidade ao conteúdo. Eles asseguram que a bebida mantém a qualidade da primeira à última taça por pelo menos trinta dias. E há ainda uma vantagem ambiental, o que agrada a gregos e troianos nestes tempos de debate climático a toda. De acordo com levantamento da California Sustainable Winegrowing Alliance (CSWA), entidade americana de viticultores, a pegada de carbono de uma dessas caixas de 3 litros é 85% menor do que em uma única garrafa de 750 mililitros.

Don Jorge Geisse -
Don Jorge Geisse – (FamÍlia Geisse/.)

vinhos

Embora tais caixas não sejam propriamente uma novidade — sua primeira versão nasceu no longínquo 1965 —, só agora elas caíram nas graças dos fãs de tintos e afins, antes mais céticos em relação à inovação. O formato bag-in-box vem ingressando na cultura etílica de diversos países. Um estudo da consultoria Market Research constatou que quase metade (44%) dos vinhos vendidos em supermercados franceses já está alojada nessas embalagens. De acordo com outra pesquisa, conduzida pela agência Wine Intelligence entre 2020 e 2021, 3,7 milhões de pessoas no Reino Unido e na França passaram a comprar as caixas. Chile, Argentina e sobretudo Estados Unidos também indicam um crescimento expressivo delas. No Brasil, embora faltem dados confiáveis, analistas estimam que esse tipo de invólucro responda por 3% das vendas totais — há poucos anos, não chegava a 0,5%.

Fabenne Moscato Giallo -
Fabenne Moscato Giallo – (Fabenne todo dia/.)

vinhos

Continua após a publicidade

O consumo é impulsionado pelo leque de opções que chegam às lojas ou estão disponíveis pela internet. Em 2022, vinícolas como a Miolo passaram a oferecer uma gama de versões no sistema bag-in-box. Recentemente, o e-commerce Evino estreou sua marca própria Conchego com três variedades — um tempranillo tinto, um branco feito com a casta airén e um terceiro, rosé —, todas produzidas na Espanha e vendidas pelo aplicativo.

Terranova Chenin Blanc -
Terranova Chenin Blanc – (./Divulgação)

vinhos

Uma boa medida do aumento da popularidade das caixas é a entrada de startups no negócio. A paulista Fabenne criou um portfólio com quatro tintos, dois brancos e um rosé no modelo bag-­in-box. “É o que chamamos de vinho de geladeira, para ter à mão quando se quiser uma tacinha”, diz Arthur Garutti, fundador da empresa. “Não brigamos com o modelo tradicional, somos complementares.” Em geral, o vinho armazenado nesse formato é mais simples, e os produtores oferecem seus rótulos de entrada — como o português Alandra, do Grupo Esporão — a preços na maioria das vezes mais baixos. Para um número cada vez maior de consumidores, isso já é suficiente.

Continua após a publicidade

Publicado em VEJA de 30 de novembro de 2022, edição nº 2817

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.