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“Clima já afeta o terroir”, diz consultor chileno de vinícolas Pedro Parra

O especialista diz que o aquecimento global pode transformar o cenário do setor, favorecendo a produção em novas regiões

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 set 2023, 08h00

As mudanças climáticas já estão afetando a produção de vinhos? Estão afetando muito. Os efeitos começaram a ser percebidos, sem dúvida, em 2015. Sabíamos que havia algo diferente, mas não sabíamos ainda a extensão dos efeitos. Desde então, passaram-se oito anos, e os problemas se acumulam. Hoje, vivemos uma época muito atribulada, mas também de oportunidades. Produtores que foram muito famosos podem não continuar tão famosos. E produtores não tão conhecidos hoje em dia podem começar a ser em breve.

Como aproveitar essas oportunidades? A mais relevante é a exploração de novos lugares. A região de Itata, no Chile, onde faço meus vinhos, tinha um clima bom, mas um pouco úmido. Agora está melhor. A Inglaterra passou a produzir espumantes muito bons. E o Oregon virou a região mais destacada dos Estados Unidos.

Qual é sua definição de terroir? É um pedaço de terra que transmite energia própria. Como um cantor que tem voz única. A energia do terroir, ao longo do tempo, gera tipicidade nos vinhos.

O senhor é um grande fã de música, a ponto de batizar alguns rótulos com nomes de gênios do jazz. Há semelhança entre fazer música e fazer vinho? Quando eu era jovem, fiz aulas de saxofone. Meu professor nos ensinou a ter um som próprio, com tensão, complexidade e equilíbrio. Quando trabalho com vinho, cada garrafa deve ter complexidade, equilíbrio, tensão. São as mesmas palavras.

Hoje, quais serviços o senhor oferece como consultor? Depende de quem me contrata. No Vale de Napa, na Califórnia, é mais provável que o cliente queira que eu estude seu terroir para lhe dar recomendações. Outras vezes, me contratam produtores que fazem um vinho muito bom e querem entender por que ele é tão bom.

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Seus serviços estão mais concorridos? Comecei a trabalhar e fui crescendo. Meu auge foi em 2017, quando decidi parar um pouco. Passei a me concentrar nos meus próprios vinhos. Hoje, não estou trabalhando com nenhum cliente novo. Só aceitaria outro se fosse chamado por Messi (risos).

Com o mercado aquecido desse jeito? Por que tomou essa decisão? É uma decisão minha e tem a ver com o mercado aquecido. Pense na quantidade de vinícolas que existem no mundo.

Publicado em VEJA de 29 de setembro de 2023, edição nº 2861

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