A seleção de Zâmbia sagrou-se campeã da Copa Africana de Nações (CAN) pela primeira vez da sua história, em Libreville, no Gabão, ao superar na decisão deste domingo a Costa do Marfim, após uma partida emocionante que terminou empatada em 0 a 0 no tempo normal e só foi decidida no pênaltis (8 a 7).
O atacante Didier Drogba, do Chelsea, maior estrela da equipe marfinense, teve uma oportunidade de ouro de decidir o jogo aos 25 do segundo tempo, mas isolou a bola por cima do travessão ao cobrar uma penalidade máxima durante o tempo normal, após Gervinho, do Arsenal, ter sido derrubado dentro da área.
Drogba se redimiu ao marcar durante a disputa de pênaltis, mas Gervinho perdeu o seu, provocando a derrota da Costa do Marfim após Sunzu converter a cobrança decisiva dos zambianos.
Para a Zâmbia, este título tem um grande valor simbólico, já que foi conquistado na mesma região em que o futebol do país viveu o maior drama da sua história em 1993, quando jogadores e membros da comissão técnica da seleção da época morreram num acidente de avião, numa praia próxima a Libreville.
Dois dias antes da final, a equipe comandada pelo técnico francês Hervé Renard fez uma ‘peregrinação’ até o local da tragédia, o que deve ter unido ainda mais o grupo.
Os ‘Chipolopolos’ foram a grande revelação da competição, ao superar adversários mais tradicionais como Senegal (2 a 1 na fase de grupos), e Gana (1 a 0 nas semifinais.
Os marfinenses, apontados como os grandes favoritos ao título, levantaram o troféu apenas uma vez, em 1992, e já perderam outra decisão nos pênaltis em 2006.
Os ‘Elefantes’ não sofreram um gol sequer nesta CAN, mas seus atacantes falharam diante de uma equipe zambiana que lutou até o fim com muita determinação.
Aos 30 do primeiro tempo o volante Yaya Touré, do Manchester City, desperdiçou a maior chance dos marfinenses ao chutar para fora após ter recebido um lindo passe de calcanhar de Drogba.
No segundo tempo, a Costa do Marfim sofreu um grande baque após a cobrança de pênalti perdida pelo seu capitão, e o jogo terminou empatado sem gols após o tempo normal.
Aos 5 minutos da prorrogação, Christopher Katongo, que foi eleito melhor jogador da competição, por pouco não decidiu a partida para a Zâmbia, mas o goleiro marfinense Barry foi salvo pela sua trave.
Após mais de 120 minutos de um jogo eletrizante, Sunzu marcou o pênalti decisivo dos ‘Chipolopolos’, provocando uma explosão de alegria em toda Zâmbia.
O técnico de Zâmbia, Herve Renard, comentou: “isso representa algo enorme, algo que parecia irrealizável antes da competição começar”.
“Sei que não somos os melhores, mas temos uma força que animou nosso time.”
Já o técnico da Costa do Marfim, François Zahoui disse: “não esperávamos um desafio tão grande na final”.
“É uma grande decepção para nós. Não tivemos muita sorte, perdemos o pênalti no tempo normal, aí perdemos um pouco da confiança.”
“Voltamos para Abidjan sem nos envergonhar. Jogamos um bem. Eu dou parabéns a Zâmbia.”