A diretoria do São Paulo tem o costume de só demitir técnicos quando já tem um substituto encaminhado. No caso de Emerson Leão, o nome seria André Vilas-Boas, mas o português, ex-comandante do Chelsea, recusou convite nesta terça de acordo com Juvenal Juvêncio. A meta, agora, é gastar para trazer alguém que está empregado ou até um profissional para trabalhar até dezembro, à espera de um técnico ‘top’ em janeiro.
O presidente e sua diretoria não gostariam de um treinador-tampão, mas o mandatário mantém a possibilidade. ‘Não é a ideia. Mas não posso dizer que desta água não beberei’, disse Juvenal Juvêncio. Seus pares na cúpula do Tricolor prometem não economizar no substituto de Leão para evitar novos erros – desde a saída de Muricy Ramalho, há três anos, já passaram cinco técnicos.
‘A diretoria pode pegar um empregado, eventualmente. Até porque, se estiver desempregado, está um pouco à deriva do processo’, continuou o presidente, já avisando que o novo profissional terá de se submeter à política de que só dirigentes opinam sobre contratações e dispensas do elenco.
A torcida pede Muricy Ramalho, hoje no Santos. Nomes como Abel Braga, no Fluminense, Vanderlei Luxemburgo, do Grêmio, e Cuca, do Atlético-MG, agradam, mas precisarão aceitar salários menores. Publicamente, Juvenal não admite nem que se cogite pagar o que esses treinadores recebem.
‘Deviam nos aplaudir em nome do futuro e da sanidade do futebol: o São Paulo não faz loucura porque loucura não leva a nada. Em sã consciência, os clubes que pagam R$ 600 mil, R$ 700 mil não podem pagar. Ninguém pode pagar isso. Não existe razão lógica’, falou, gritando, o dirigente.
É possível que alguém menos cotado, como Oswaldo Alvarez, do Guarani, venha à espera da chegada de um estrangeiro como o português André Vilas-Boas, com quem representantes do São Paulo têm conversado há algumas semanas, mesmo enquanto Leão comandava o time em fases decisivas da Copa do Brasil.
‘Chegamos a ter conversas que não se frutificaram. O português quer planejar mais a vida dele. Não vem. Do estrangeiro, agora, não vem ninguém. Admito que venha no futuro, apesar de ser um risco enorme. Agora vem um brasileiro, que não sei o nome. Vou procurar. E tentar errar menos’, prometeu o mandatário.
Convencido pelo vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, de que seria útil a contratação de um estrangeiro – até pela falta de opções no mercado brasileiro -, Juvenal, agora, confia no coordenador-técnico Milton Cruz, que comandará a equipe interinamente já neste sábado, contra o Cruzeiro. ‘Vamos à guerra. Vamos lutar para ver se encontramos um técnico. Estamos atentos’, avisou o presidente.