UFC Rio: ‘O instinto animal voltou’, diz campeão José Aldo
Brasileiro, que enfrentará o invicto Chad Mendes, promete nocautear oponente
A organização do primeiro UFC Rio foi impecável, mas a torcida ainda precisa mudar um pouco. Quando há bebida, alguns ficam mais exaltados, mas é uma minoria
Nascido em Manaus mas “carioca de coração”, José Aldo, de 25 anos, foi um dos primeiros lutadores a chegar, na terça-feira, ao estreito e lotado saguão de um hotel de luxo na zona sul do Rio de Janeiro para a apresentação da segunda edição do UFC na cidade. Durante cerca de 40 minutos de entrevista coletiva, o campeão dos penas respondeu a todas as perguntas pacientemente, com bom humor – e sempre acompanhado do cinturão de campeão, que pesa cerca de cinco quilos. Vestido com paletó preto e camisa branca ao estilo anos 1970, José Aldo falou ao site de VEJA em uma sala reservada, depois da coletiva, e contou o que espera do segundo UFC Rio. Ele faz a luta principal da noite de 14 de janeiro, na cidade em que vive – e, se depender dele, o combate não vai durar muito.
Como vai ser lutar no Rio? A expectativa de lutar aqui é das melhores. Estamos focados, e nada melhor que fazer o combate principal. Estou bastante emocionado e feliz, mas isso fica fora do octógono. Estou focado para chegar lá, lutar bem e manter o cinturão no Brasil. Como você classifica o Chad Mendes, seu adversário? É um grande lutador, está invicto. Sei que procura levar a luta para o solo, é especialista em wrestling, então espero neutralizar todas as tentativas de queda e vencê-lo. Você sempre foi agressivo, mas nas últimas lutas tem vencido por pontos. Chegou a hora do nocaute? Com certeza. Chegou a hora de todo mundo ver o lutador agressivo que posso ser, que procura acabar a luta o mais rápido possível. O instinto animal voltou. Quando foi sua última luta no Rio? Foi em Campo Grande, em uma casa de shows, com o público em volta do ringue. Foi uma luta bem agressiva, a torcida ficava apoiando muito de perto, e ganhei. Acho que foi em 2004 ou 2003, não lembro direito. O que você achou do primeiro UFC Rio? A organização foi impecável, mas a torcida ainda precisa mudar um pouco. Quando há bebida alcoólica alguns ficam mais exaltados, mas é uma minoria. A torcida, no geral, está de parabéns. Eles vibraram e apoiaram desde o início todos os brasileiros. Acredito que o próximo será dessa maneira. A torcida estará vibrando com a gente, não só comigo, mas com todos os brasileiros. Você é contra a venda de bebida alcoólica durante as lutas? Isso é difícil de discutir, porque o brasileiro tem sua cultura. Lá fora, os eventos sempre venderam bebidas e nunca houve nenhum problema. Não vejo problema, mas precisamos educar as pessoas. Se todos estiverem bem educados, não há problema.