Expulso no domingo passado por ter reclamado de marcação de pênalti a favor do Cruzeiro, Tite diz não ter se arrependido de sua atitude. Ainda que provavelmente seja denunciado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o técnico do Corinthians garantiu que voltaria a falar tudo o que falou ao árbitro do jogo em Sete Lagoas.
‘Não sei (se vou ser julgado e punido), mas se tivesse que fazer de novo, eu faria exatamente a mesma coisa, porque, como torcedor, eu esperava que meu técnico falasse isso, bem igualzinho ao que aconteceu’, reforçou o comandante, que havia sido expulso pela última vez ainda no comando do Internacional. ‘Mas quase fui expulso nos Emirados Árabes por esse negócio de fair play. Eu disse ‘fair play a…’, mas falaram para não falar, que seria expulso’, brincou, em seguida, omitindo o palavrão da frase.
Apesar do nervosismo por entender que o pênalti não havia sido legítimo, Tite não fez nenhuma ofensa a Pablo dos Santos Alves. Na súmula, o árbitro relatou apenas que a expulsão do técnico foi ‘por proferir os seguintes dizeres ao quarto árbitro (…): ‘não foi pênalti, não foi nada, ele está pressionado pela torcida’. De qualquer forma, ele teve ‘conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva’, conforme prega o artigo 258 Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
O comandante do Corinthians nunca esteve em pauta no STJD neste campeonato. Isso, a propósito, motivou o advogado do Palmeiras, André Sica, a protestar por conta das seguidas denúncias ao técnico Luiz Felipe Scolari. Na ocasião, Tite se irritou ao ser informado da defesa do rival, mas não entrou em polêmica. ‘Não posso falar o que estou pensando’, limitou-se a dizer.
Na sexta-feira que antecedeu o encontro com o Cruzeiro, o treinador havia alertado indiretamente para a inexperiência de Pablo dos Santos Alves. Desta vez, a cinco dias de pegar o Internacional, Tite voltou a torcer para que o sorteio da CBF tenha juízes com ‘maturidade e experiência’.