Brasília, 5 fev (EFE).- O presidente do Senado, José Sarney, e a Comissão Especial da Lei Geral da Copa do Mundo e da Copa das Confederações repudiaram nesta segunda-feira as críticas do secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, à organização dos torneios.
‘Foi uma intromissão grosseira e inaceitável’, afirmou Sarney sobre as declarações de Valcke, que na última sexta-feira criticou a demora nas obras e disse que os organizadores precisavam de um ‘pontapé no traseiro’.
O Governo Federal reagiu através do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que considerou as declarações de Valcke ‘impróprias’, ‘ofensivas’ e ‘inaceitáveis’, além de anunciar que já não o reconhece como ‘interlocutor’.
Valcke também fez críticas à demora do Congresso Nacional em aprovar a lei que regerá os assuntos relativos à organização da Copa, inclusive aspectos comerciais como a venda de cerveja nos estádios.
O deputado Renan Filho (PMDB-AL), presidente da comissão que discute o assunto na Câmara, considerou ‘inadmissível’ que o secretário-geral da Fifa ‘use expressões tão pouco elegantes e vulgares’ para se referir a um país e a seus dirigentes.
‘Ele se dirigiu ao Brasil de forma insultante, descuidada e nada apropriada’, disse o parlamentar.
As declarações de Valcke repercutiram inclusive durante a visita que a presidente Dilma Rousseff iniciou nesta segunda-feira à Alemanha.
A governante foi questionada por jornalistas locais sobre a polêmica, mas preferiu não responder. Quem falou a respeito foi seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, que chamou Valcke de ‘vagabundo’ e ‘boquirroto’.
García declarou que o Brasil está preparando a Copa de forma correta e ‘da sua maneira’, o que significa que não segue ‘o ritmo europeu, nem o alemão’, mas o próprio. EFE