Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Rio-2016: COI silencia sobre estado de calamidade pública

Comitê Rio 2016, responsável por organizar os Jogos, e o prefeito Eduardo Paes garantem que a crise financeira não causará impacto no evento

Por Da Redação
18 jun 2016, 17h18

O Comitê Olímpico Internacional (COI) adotou o silêncio diante do decreto de calamidade pública no estado do Rio de Janeiro, a menos de 50 dias do início dos Jogos Olímpicos. Procurada, a entidade com sede em Lausanne não se posicionou em relação aos últimos acontecimentos. Já o Comitê Rio-2016, responsável por organizar os Jogos, garantiu que o estado de calamidade pública não causará impacto na organização.

“Não afeta em absolutamente nada”, afirmou o diretor de Comunicação do Rio-2016, Mario Andrada. “Primeiro, porque a gente já sabia que o Estado estava quebrado. Segundo, porque os recursos por meio de incentivo (renúncia fiscal) já foram garantidos.”

Na prática, a manobra do estado do Rio permitirá um acesso mais rápido a recursos federais, algo que soa bem para os interesses do COI. O presidente Thomas Bach havia chegado a um acordo para antecipar transferências de recursos aos organizadores do Rio e, assim, resgatar o evento. Mas havia colocado uma condição de que esse dinheiro teria de ser acompanhado por recursos federais para as áreas estratégicas como abastecimento de energia.

Leia também:

Em estado de calamidade, Rio poderá receber R$ 2,9 bi da União

Calamidade abre caminho para ‘medidas duras’, diz governador do Rio

Continua após a publicidade

Calamidade pública: por que decretar e quais suas implicações?

A questão do financiamento foi algo debatido desde o primeiro contato telefônico entre Bach e o presidente interino, Michel Temer, há um mês. Oficialmente, porém, o COI evita dar sua posição sobre a situação.

“O prefeito (Eduardo Paes) já disse que isso não terá efeitos sobre os Jogos”, disse a direção de Comunicação do COI. Ao invés de fazer sua própria declaração, a entidade preferiu citar os comentários do Comitê Rio-2016, presidida por Carlos Arthur Nuzman e, oficialmente, uma entidade independente do COI.

“O Rio-2016 confirmou: isso não tem impacto na preparação e operação dos Jogos, já que o Comitê Organizador não depende de dinheiro público”, disse o COI, sem explicitar qual seria sua própria posição. Se nem a Rio-2016 e nem o COI recebem recursos diretos do estado, a realização do evento depende diretamente das obras de infraestrutura bancadas com dinheiro público.

Há duas semanas, Craig Reedie, vice-presidente do COI, admitiu que as obras no metrô eram “fundamentais”. “O que eu quero saber é se o transporte vai funcionar ou não”, disse. Segundo ele, os brasileiros teriam dados essas garantias nas reuniões mantidas em Lausanne no início do mês.

Continua após a publicidade

Pressionados pelas diferentes federações esportivas, o COI adotou uma estratégia para blindar o Rio de Janeiro de críticas. Nos bastidores, porém, vem atuando de uma forma pouco comum para resgatar os Jogos. Pagamentos que seriam transferidos de Lausanne para o Rio apenas em agosto foram antecipados. Bach também deslocou novos funcionários ao Brasil e serviços foram cortados.

Riscos – No decreto que institui o estado de calamidade, a Olimpíada é citada em três das oito justificativas. A grave crise financeira do Estado “vem impedindo o Estado de honrar com os seus compromissos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”, expõe o texto assinado pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), 49 dias antes do início dos jogos.

O decreto afirma ainda que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos “possuem importância e repercussão mundial” e “qualquer desestabilização institucional implicará um risco à imagem do País de dificílima recuperação”.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que o estado de calamidade “em nada atrasa as entregas olímpicas e os compromissos assumidos no Rio”. Ele usou o Twitter para comentar o decreto de Dornelles. De acordo com o prefeito, “a posição da prefeitura é de absoluto conforto fiscal e financeiro”.

Continua após a publicidade

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.