Raí considera Luis Fabiano indispensável mesmo sem estar 100%

Seis jogos, um gol, uma vitória e dores nas costas e incômodos musculares como consequências das duas últimas partidas. Esses são os números da atual passagem de Luis Fabiano pelo São Paulo após sete meses em recuperação de lesão na coxa direita. Dados que são até desprezados por Raí, um dos maiores ídolos da história do clube, para mostrar confiança na principal esperança de gols do time de Emerson Leão.

‘Obviamente, o Luis Fabiano estará em suas melhores condições, com força total, só no ano que vem. Mas o nível dele faz a diferença. Ele é indispensável’, definiu o ex-meia, ressaltando o valor técnico da contratação mais cara do futebol brasileiro em 2011, que custou mais de R$ 17 milhões em março.

Mesmo ainda em evolução, o centroavante é a aposta do Tricolor para a reta final da temporada. E uma válvula de escape de um time montado com jovens formados nas categorias de base, por imposição do presidente Juvenal Juvêncio, e que hoje tem valores como Lucas, Casemiro e Wellington contestados.Contratado do Botafogo de Ribeirão Preto aos 22 anos e com três temporadas para se acostumar ao São Paulo, Raí foi o líder da equipe campeã brasileira em 1991, paulista em 1991 e 1992, da Libertadores em 1992 e 1993 e mundial em 1992. Paciência e tempo que, atualmente, ele lamenta não existir mais.

‘Antigamente, o jovem tinha mais tempo de amadurecimento no time profissional, com referências para aprender. Hoje, um destaque no time júnior de 17 anos já pula direto e o treinador é cobrado para colocá-lo como titular no profissional. Criou-se uma situação difícil para o jovem e o técnico para haver tempo de maturação’, opinou.

À frente da Fundação Gol de Letra, fundada por ele e Leonardo, também ex-jogador do Tricolor, com trabalho de formação para crianças e adolescentes, o ex-meia acredita que reflete-se no futebol o quadro da sociedade atual.

‘É difícil e muito complicado lidar com qualquer jovem, dentro de casa, no trabalho, nas universidades… O jovem de hoje é diferente, é tudo muito mais rápido, muda de uma geração para outra. É necessário ter cuidado e se atualizar’, receitou Raí.