O psiquiatra do zagueiro brasileiro Breno, mantido em prisão preventiva por ser acusado de ter incendiado intencionalmente sua própria casa, afirmou nesta segunda-feira que considera pouco provável que o jogador pudesse fugir da justiça caso fosse deixado em liberdade.
“Não quero dizer que as autoridades tenham cometido um erro. Porém não compartilho do receio de que o meu paciente possa ter a intenção de fugir”, declarou o professor Florian Holsbauer, que já recebeu o jogador diversas vezes em seu consultório.
O médico, famoso por seus trabalhos sobre a depressão, descreve Breno como “uma pessoa simpática” e ainda explicou que “não pode imaginar que tenha incendiado a própria casa”.
De acordo com o especialista, que dirige o Instituto Max Planck, os problemas de saúde (Breno sofreu lesões crônicas no tornozelo) e a dificuldade de adaptação ao idioma alemão fizeram com que o jogador tivesse “dificuldades para se projetar no futuro”, uma situação que poderia ser agravada pela prisão, onde corre o risco de se sentir “ainda mais isolado e desenraizado”.
O psiquiatra fez um levantamento de todos os fatores envolvidos no caso. “No mundo do futebol, os jogadores não sofrem apenas com problemas musculares. Eles também precisam curar as lesões do cérebro”.
Breno, de 21 anos, revelado nas categorias de base do São Paulo, estava sozinho em casa quando sua casa foi atingida por um incêndio que praticamente a destruiu.
Desde que chegou à Alemanha, Breno disputou apenas 20 partidas pelo time bávaro. Na temporada passada, foi emprestado ao Nuremberg.