Istambul, 31 jan (EFE).- O presidente da Federação Turca de Futebol (TFF), Mehmet Ali Aydinlar, e seus dois assessores, renunciaram nesta terça-feira após o escândalo de jogos manipulados, que polemiza o futebol turco desde julho do ano passado.
A renúncia, divulgada pela TFF em seu site, aconteceu 24 horas depois de uma reunião tensa, em que a federação decidiu manter os diretores em seus postos.
‘Viemos com honra, e com honra nós sairemos’ disse Aydinlar antes da reunião, o que já foi interpretado pela maioria como um sinal de despedida, informou a emissora ‘NTV’.
Segundo o jornal ‘Hürriyet Daily News’, o motivo da renúncia é a polêmica envolvendo a Federação e a União de Clubes de futebol.
A TFF tinha proposto emendar seus estatutos e deixar sem efeito o artigo que obriga a relegar às equipes envolvidas na manipulação de jogos, o que atualmente afeta oito clubes, entre eles o Fenerbahçe, o mais importante da Turquia.
A União de Clubes, presidida por Yildirim Demirören, votou contra esta proposta, e evidenciou o descontentamento com a gestão do escândalo por parte da TFF.
Demirören, considerada uma pessoa próxima a Aydinlar, e presidente do Besiktas, um clube também acusado de manipular jogos, pediu publicamente para ir até o fim na ‘limpeza’ do futebol turco.
Propôs inclusive não participar durante um tempo das competições europeias e pediu que ‘tirassem as camisetas’ enquanto durasse a investigação.
O escândalo ocorreu em julho, com a detenção de 40 pessoas supostamente envolvidas na polêmica. Entre os presos estão inclusive Aziz Yildirim, presidente do Fenerbahçe, um dos clubes de maior tradição no país, que foi excluído da Liga dos Campeões pelo TFF em razão deste escândalo.
Uma emenda legal aprovada em dezembro causou atritos entre o Parlamento e o presidente do país, Abdullah Gül, que vetou sem sucesso a nova norma. EFE