Na tarde deste sábado, o The New York Times divulgou um documento que revela que o “antigo plano de doping soviético” teria mais de 30 anos, e não uma década – como foi noticiado recentemente por autoridades antidoping.
Segundo o jornal americano, o documento datado de 1983 foi obtido com o Dr. Grigory Vorobiev, médico que trabalhou por mais de 30 anos com o atletismo soviético – que deixou o cargo de chefia no esporte russo em 1990 e hoje está com 86 anos. Morando atualmente em Chicago (EUA) e, por intermédio do filho, concordou em conceder a entrevista.
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De acordo com o jornal, o documento – assinado pelo Dr. Sergei Portugalov e principal peça no escândalo recente de doping russo – mostra quais eram as intenções do Comitê Esportivo Soviético para buscar a hegemonia nos Jogos: apenas drogas orais não seriam suficientes para obter os resultados. Era necessário também injetar três tipos de esteroides anabolizantes nos principais atletas, com um rígido calendário a ser cumprido.
O médico, no entanto, diz não ter certeza se o programa de doping indicado em 1983 foi colocado em prática. Acusado de ser um dos coordenadores do esquema de doping russo, Portugalov foi banido do atletismo após o escândalo ter estourado antes da Olimpíada do Rio.
Ainda segundo a publicação, o documento assinado pelo médico evidencia que o projeto de dopagem de atletas russos é muito antigo, e reverberou nos Jogos de 2016. Este ano, a equipe de atletismo da Rússia e boa parte dos atletas de outros esportes foi impedida de competir na Olimpíada, em episódio que já é considerado o maior escândalo de doping da história.
A reportagem diz ainda que tentou contato com o Ministério do Esporte e o Instituto de Esporte e Ciência da Rússia, mas não obteve resposta.
(Com Agências )