Mário Celso Petraglia é novamente presidente do Atlético Paranaense. As eleições do clube, que ocorrem durante toda a quinta-feira, revelaram a preferência dos sócios pela Chapa CAPGigante, que nesta sexta-feira vai confirmar oficialmente o nome do dirigente como novo mandatário. Foram 3.213 votos (67,3% do total de 4.309 votos), contra os 1.565 recebidos pela chapa Paixão pelo Furacão.
A gestão começa cercada por desafios. A começar pela queda do Furacão para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o que acarretará na mudança de perfil do elenco e, principalmente, nas receitas do clube.
Além disso, o Rubro-Negro passará o ano longe da Arena da Baixada para a realização das reformas visando a Copa do Mundo de 2014, outro ponto importante que envolve a questão econômica, planejamento para voltar a usar o estádio o mais breve possível e a polêmica sobre onde atuar nesse período.
Petraglia apareceu como homem forte do Atlético em 1995, em momento semelhante, embora em condições financeiras muito piores, após a queda da equipe para a segunda divisão do Brasileirão.
Com uma visão empresarial, ajudou a estrutura administrativa do clube, proporcionando a construção da Arena e do CT do Caju, a venda de jogadores revelados nas categorias de base e títulos como o do Campeonato Brasileiro de 2001, além de uma final de Libertadores da América, em 2005. Nesse período, também houve turbulências, como o escândalo Ives Mendes, quando o dirigente foi punido pelo STJD por supostos pagamentos ao presidente da Comissão Nacional de Arbitragem para ajudar o time no Brasileirão, vendas de atletas por preços bem menores ao de revendas feitas na sequência, conflitos com a imprensa curitibana e acusações de favorecimento à empresa do filho na compra de cadeiras para o estádio.
Em sua última passagem, administrou o clube na gestão anterior à de Marcos Malucelli ao lado de João Augusto Fleury e lutou para que o Joaquim Américo fosse escolhido como palco da Copa em detrimento ao projeto do Novo Pinheirão. Também acirrou os conflitos com a imprensa, com acesso limitado aos profissionais a partir da malfadada passagem do técnico Lothar Matthäus.
Neste ano, assumiu a Comissão Especial da Copa do Atlético-PR. Pelas urnas, os atleticanos mostraram que lembram mais dos momentos altos do que os baixos.