O ex-goleiro Marcos lutou durante sua carreira para conseguir manter o peso ideal. Preparador físico presente nas duas maiores conquistas da carreira do ex-jogador, Paulo Paixão relata agora o empenho do pentacampeão para lidar com um corpo propenso a engordar.
‘Por seu biótipo, ele sempre soube que tinha tendência para aumentar o percentual de gordura, mas cuidava bastante disso. Acho que isso mostra o profissionalismo dele, porque ele já tinha moral, mas só continuou brilhando porque realmente cuidava desta parte. Para a posição dele, um quilinho a mais já iria atrapalhar. E ele sabia disso’, explica Paixão, sem revelar os números referentes ao peso do ex-atleta.
O profissional era o responsável pelo condicionamento físico do Palmeiras na Copa Libertadores da América de 1999, quando Marcos explodiu para o futebol e acabou eleito o melhor jogador da competição.
Para atingir seu auge, o ex-atleta realizava um trabalho extra na sala de musculação, que era supervisionado por Paixão. ‘Ele fazia complementos na esteira. Esta era uma briga que ele tinha, mas nunca deixou que interferisse em ser goleiro. Ele sabia da dificuldade e colaborava’, completa preparador, em contato por telefone com a GE.Net.Paulo Paixão deixou o Palmeiras em 2000, mas reencontrou o ídolo alviverde em outro momento especial. Na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, o profissional também estava na comissão técnica de Luiz Felipe Scolari e viu que o ex-goleiro mantinha o esforço para apresentar sua melhor condição física.
‘Nós temos de ressaltar este assunto, porque, na época, não havia motivo de divulgar que o atleta fazia complemento para manter o peso ideal. Mas, agora, é um detalhe que deve ser relatado, para o torcedor saber o porquê de o Marcos ter alcançado o que alcançou. Fui privilegiado por ter trabalhado com ele’, acrescenta.
O preparador físico acredita que o ex-goleiro merece ser tratado como um exemplo para os jovens atletas. ‘Um garoto que tem qualidade para ser goleiro e entende que não precisa ter o peso ideal tem de pegar o que falei sobre o Marcos e pendurar em seu quarto. O Marcos só foi o Marcos porque sempre soube se cuidar’, argumenta.
Além da parte dos treinamentos, Paulo Paixão também considera muito importante o estilo do ex-goleiro fora das quatro linhas, no relacionamento com os demais jogadores do elenco.
‘Pela forma de ele ser, com aquele jeito bonachão, ele se impunha de forma natural. Ele não era rude, pois falava e os jogadores entendiam muito bem. A questão técnica e sua excelência permitiam que fizesse seus comentários’, conclui.