O sociólogo Adilson Monteiro Alves, pai do atual diretor cultural do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, foi diretor de futebol do clube durante o período que ficou conhecido como a ‘Democracia Corintiana’, liderada entre os atletas por Sócrates.
Amigo do ‘Doutor’, que faleceu na madrugada deste domingo, em São Paulo, Adilson relembrou algumas histórias do craque que revolucionou o comportamento dos jogadores de futebol da época.
‘Sócrates sempre teve a consciência de que ele não era um atleta, de que era um grande jogador de futebol. Aquele grupo era muito consciente, nós junto começamos a participar e o Sócrates era um dos líderes. Muito corajoso, sempre dizendo o que pensava’, declarou o sociólogo em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O maior ‘movimento ideológico’ do futebol brasileiro contava com outros ídolos como Casagrande, Wladimir e Zenon. No período, as decisões importantes no time, como as regras de concentração, eram decididas por votação.
Sobre a relação de Sócrates com a bebida alcoólica – nunca negada pelo ex-jogador e principal causa dos seus problemas no sistema digestivo – Adilson contou que era um comportamento natural do ex-craque, que começou a beber ainda quando morava em Ribeirão Preto. Comportamento que o Doutor não escondia nem na época de jogador, inclusive tomando cerveja nos bares do clube.
‘O que nós fizemos de diferente na ?Democracia Corintiana’ foi não esconder que a gente gostava de cerveja. Mas tinha uma curiosidade: antes do jogo, na véspera e no dia, ele não tomava. Mas depois do jogo ele tomava sempre, mas depois de tomar uma garrafa de refrigerante’, contou.