Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Os rumos dos novos esportes olímpicos no Brasil

Beisebol, caratê, escalada, skate e surfe estreiam nos Jogos de Tóquio-2020. Conheça cada um dos esportes e as expectativas por medalhas

Por Leonardo Pinto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 out 2016, 16h14 - Publicado em 15 out 2016, 10h32

Aprovados no início de agosto pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), os novos esportes olímpicos – beisebol, caratê, escalada, skate e surfe – vivem uma mistura de cautela e ansiedade para estrearem daqui a quatro anos na Olimpíada de Tóquio-2020. Por enquanto, os critérios de classificação para os Jogos do Japão não estão definidos, mas o Brasil já sonha com medalhas em pelo menos duas modalidades estreantes.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que estava sobrecarregado com a Paralimpíada do Rio de Janeiro, começará a partir de agora a se reunir com os representantes de cada uma das modalidades. O foco desse primeiro encontro, de acordo com o COB, será a apresentação do planejamento para os próximos anos e também a crucial questão financeira.

A partir do ano que vem, os cinco esportes estreantes entrarão no ciclo olímpico e receberão uma verba anual do COB pela Lei Agnelo/Piva, única fonte de renda do comitê, que repassa um valor porcentual a cada uma das confederações olímpicas para apoiá-las na manutenção de projetos, equipamentos e treinamentos. Para 2016, o total repassado, segundo estimativa do COB, foi de 131 milhões de reais.  Confira abaixo o que já está definido, a prévia do que pode ocorrer e outros detalhes da estreia dos novatos olímpicos no Japão.

LEIA TAMBÉM:
VEJA NA HISTÓRIA | Abril de 1896: Primeira Olimpíada

Beisebol / Softbol

De volta às Olimpíadas, o beisebol terá as mesmas regras e a classificação dos países da América (duas vagas) está prevista para ser definida nos Jogos Pan-Americanos do Peru, em 2019. Especula-se que a disputa será entre oito seleções, portanto, dois grupos de quatro. Caso a seletiva ocorra no Pan, conseguir uma vaga será desafiador. Jorge Otsuka, presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS) ,vê com pessimismo as chances de classificação, já que as principais potências do esporte (exceto o Japão) estarão no torneio: Estados Unidos, Cuba, República Dominicana e Venezuela.

Continua após a publicidade

O Brasil, com cerca de 20.000 praticantes, ainda não tem um campeonato profissional de beisebol. A CBBS afirma que todos os jogadores profissionais atuam fora do país, sendo três na MLB, a maior liga dos Estados Unidos. São eles: Yan Gomes (Cleveland Indians), Paulo Orlando (Kansas City Royals) e André Rienzo (Miami Marlins).

Softbol – Na Olimpíada, será a versão feminina do beisebol. As principais diferenças do softbol para o beisebol são o arremesso, feito de baixo pra cima, as medidas mais estreitas do campo e a bola 4 cm maior. O softbol brasileiro ficou com o honroso quarto lugar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, perdendo a disputa de bronze para Cuba.

Curiosidades – O beisebol é, junto com basquete e futebol americano, um dos esportes mais amados nos Estados Unidos. A bola, que pesa 148 gramas e tem 8 centímetros de diâmetro, pode ser arremessada a até aproximadamente 105 milhas (cerca de 170km/h). O beisebol integrou o programa olímpico de Barcelona-1992 a Atenas-2004.

Caratê

Continua após a publicidade

Com diferentes conceitos em comparação ao judô e taekwondo, já inseridos nas Olimpíadas, o caratê terá sua estreia com duas provas: Kumite (combate), com 60 atletas em três pesos diferentes, e Kata (exibição ou luta imaginária), com 20 atletas entre feminino e masculino e sem distinção de peso. A primeira consiste na tradicional luta de contagem de pontos e a segunda só um atleta por país se apresenta, tendo que simular uma luta aplicando uma sequência de golpes de ataque e defesa no ar (ganha aquele que fizer os movimentos com maior perfeição). Assim como em outras modalidades, o Pan-Americano do Peru, em 2019, deve ser o torneio classificatório para a Olimpíada.

O Brasil foi destaque nos Jogos Pan-Americanos de Toronto no ano passado, faturando cinco medalhas no total, sendo três medalhas de ouro, com Douglas Brose, Valéria Kumizaki e Natalia Brozulatto. Outros nomes que são cotados para a Olimpíada de Tóquio, em 2020, são Breno Matheus e Hernani Veríssimo. As principais potências do caratê mundial são Japão, Egito, Turquia e França.

Curiosidades – Assim como no judô, o combate no caratê é marcado pelos mesmos nomes de acordo com a complexidade do golpe, mas com pontuação diferente: yuko (1 ponto), wazari (2 pontos) e ippon (três pontos). No judô, o ippon acaba a luta, mas no caratê o atleta para ganhar o confronto precisa ou estar à frente na pontuação quando o tempo acabar ou abrir 8 pontos de vantagem, o que caracteriza o Nokate (vencedor).

Se no taekwondo a valorização está no chute, no caratê o que realmente conta é o golpe intencional. Ou seja, se os cinco árbitros concordarem que um movimento involuntário atingiu o adversário, o ponto não será contabilizado. Outra peculiaridade desse esporte é que o carateca deve saber dosar o golpe na força para não machucar o oponente. Caso machuque, o ponto também não é levado em conta. E se um atleta fingir lesão pode ser penalizado e até desclassificado.

Continua após a publicidade

Escalada esportiva

A modalidade, cujas potências se baseiam na Europa (Áustria e Suíça, por exemplo), contará  com três provas na Olimpíada de Tóquio, em 2020 (boulder, dificuldade e velocidade). A disputa será entre 40 atletas (20 no masculino e 20 no feminino) apenas por um pódio, uma vez que a somatória do resultado das provas formará o ranking. Na categoria boulder, única que não precisa de equipamentos de segurança, o atleta escala uma parede de cerca de seis metros com blocos de diferentes tamanhos, simulando rochas e imperfeições de uma montanha. Na prova de Dificuldade o que mais conta é a altura: quanto mais longe o competidor chegar, mais pontos ele adquire. Na prova de Velocidade , ganha quem chegar primeiro ao topo.

O Brasil ainda tem pouca tradição na modalidade. A Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE) tem pouco menos de três anos de existência e, por enquanto, nenhum brasileiro chegou à final no Mundial. Entre os nomes  nacionais que se destacam atualmente estão Felipe Ho, Jean Ouriques e Camila Macedo. Segundo a ABEE, o Brasil tem cerca de 10.000 praticantes e 100 profissionais.

Curiosidades – No feminino, a grande estrela brasileira é, curiosamente, a presidente da ABEE. Janine Cardoso, de 42 anos, é dez vezes campeã brasileira e ela admite a possibilidade de disputar a Olimpíada daqui quatro anos, mesmo com a futura idade de 46 anos, em um esporte que exige total preparo físico.

Continua após a publicidade

Skate

Esporte tradicional no Brasil, o skate nacional promete beliscar medalhas em Tóquio-2020. Serão duas provas, com 40 atletas (20 feminino e 20 masculino) em cada uma, portanto 80 atletas no total. A categoria street consiste em uma pista de obstáculos que simula um circuito de rua, com estruturas como corrimões, pequenas rampas e escadas, onde as manobras devem ser as protagonistas.

Na prova de park, o atleta transita pelo bowl – pista côncava parecida com a área de uma piscina sem água. Nesta categoria, a velocidade e a utilização do espaço são muito mais valorizadas do que as manobras. A seletiva para os Jogos deve ser feita pelo ranking mundial da Federação Internacional de Skate (ISF, na sigla em inglês)

Curiosidades – Com 8,5 milhões de praticantes e cerca de 700 profissionais, o Brasil tem nomes fortes na cena mundial do skate. Edson Scander, vice-presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBS), afirma que os veteranos Bob Burnquist, maior medalhista dos X-Games com 30 medalhas, e Sandro Dias, o Mineirinho, podem estar na Olimpíada de Tóquio. No entanto, como as provas de Mega Rampa e Half Pipe (skate vertical) não estarão nos Jogos, é mais provável que novos nomes como Pedro Barros, Kelvin Hofler, Luan Oliveira, Rony Gomes, Leticia Buffoni e Pamela Rosa estejam entre os favoritos para estar no evento.

Continua após a publicidade

Surfe

A ‘Tempestade Brasileira’, apelido dado ao sucesso da nova geração de surfistas nacionais, poderá cravar sua ótima reputação na Olimpíada de Tóquio, daqui a quatro anos. De acordo com a Confederação Brasileira de Surfe (CBS), a Olimpíada deve funcionar da mesma forma que o Mundial de Surfe, organizado pela World Surf League (WSL): serão várias baterias, com as fases de quartas de final, repescagens, semifinal e final. A classificação deve ser concretizada com base no ranking mundial da WSL.

O COI já definiu que estarão em disputa 40 atletas (20 no masculino e 20 no feminino). Brasil, Austrália e Estados Unidos, as três maiores potências do circuito, devem ter mais vagas do que os demais países. Chiba, a 40km de Tóquio, deve ser a cidade litorânea a receber os melhores surfistas do mundo.

No feminino, a realidade é outra. Segundo Geraldo Cavalcante, presidente da Federação de Surfe do Nordeste e dirigente ligado à CBS, não há ainda no Brasil um campeonato de surfe entre as mulheres, o que prejudica o surgimento de novas atletas. Atualmente, apenas a cearense Silvana Lima, de 31 anos, se destaca Brasil afora, com dois vices do Mundial no currículo.

Curiosidades –  O Brasil tem de 6 a 8 milhões de praticantes, segundo a Confederação Brasileira de Surfe (CBS). Entre os profissionais na categoria masculina, dois brasileiros garantiram a dobradinha nos últimos dois anos do Mundial: Gabriel Medina (2014) e Adriano de Souza, o Mineirinho. Na Olimpíada, a prancha dos surfistas tem o tamanho padrão que vai de 5 a 6 pés (de 1,50 a 1,80 metro aproximadamente). Como base de comparação, a prancha usada para Longboard varia de 9 a 12 pés ( cerca de 2,70 a 3,60 metros).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.