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Nos negócios, Pelé nunca chegou a ser o 10

A imagem do craque ganhou impulso depois do final da carreira e se tornou uma marca globalmente reconhecida – mas aquém do que ele poderia reunir

Por Celso de Campos Jr.
Atualizado em 29 dez 2022, 16h37 - Publicado em 29 dez 2022, 16h36

Em 1974, algumas semanas depois de sua despedida do futebol, na Vila Belmiro, Pelé convocou uma auditoria para fazer um levantamento de sua situação financeira, esperando contabilizar um patrimônio confortável para o pontapé inicial de sua aposentadoria. O resultado do relatório, contudo, apontou que o Rei estava no vermelho – fruto da inépcia ou má-fé de alguns de seus parceiros, especialmente na administração da Fiolax, uma fabricante de peças de borracha da qual o craque era sócio e que devia milhões de dólares na praça. Para sanar a dívida, o ex-atleta não teve outra alternativa senão calçar novamente as chuteiras e voltar ao futebol, aceitando a milionária proposta para jogar na liga americana de futebol de 1975 a 1977, pelo Cosmos.

Pelé, do Cosmos, chorando, ao lado de Carlos Alberto, durante jogo amistoso contra o Santos, em sua despedida definitiva do futebol -
Pelé, do Cosmos, chorando, ao lado de Carlos Alberto, durante jogo amistoso contra o Santos, em sua despedida definitiva do futebol – (Acervo/Placar)
Pelé e o ex-pugilista Muhammad Ali -
Pelé e o ex-pugilista Muhammad Ali – (Mark Sandten/Getty Images)

Desde então, a carreira de Pelé como homem de negócios cresceu e prosperou – embora amealhasse quantidade de dinheiro muito interior ao tamanho de seu mito, sobretudo na comparação com outras lendas como Muhammad Ali e Michael Jordan. Seu período em Nova York com o Cosmos, de propriedade da gigante Warner Communications, o solidificou como uma personalidade mundial – e o Rei soube capitalizar em cima de sua bem-trabalhada imagem. Além de usar estratégias de marketing aprendidas nos Estados Unidos, passou a se blindar mais na escolha de parceiros – ainda que rupturas rumorosas tenham acontecido no percurso, como aquela com o advogado Hélio Viana, no início dos anos 2000.

No final de 2010, o Rei assinou um contrato com a agência Legends 10, uma sociedade entre o fundo de investimentos americano Kayne Anderson e o investidor inglês Paul Kemsley. A empresa, da qual o craque era o único cliente, herdou todos os contratos publicitários de Pelé e recebeu o direito de explorar sua marca em troca de um adiantamento em dinheiro, um salário e parcelas na venda de produtos licenciados. A ideia de seus assessores era a de diminuir a rotina de viagens do já septuagenário astro – que chegou a passar mais da metade do ano em viagens profissionais.

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Pelé como garoto-propaganda da Santander na Copa Libertadores -
Pelé como garoto-propaganda da Santander na Copa Libertadores – (Hugo Avila/Getty Images)

Entretanto, mesmo minimizando suas aparições, Pelé maximizou seu faturamento. Durante a Copa do Mundo de 2014, quatro décadas depois de tocar pela última vez na bola, o craque desfilou com bojudo rol de patrocínios: Volkswagen, Coca-Cola, Procter & Gamble, Emirates Airlines, Subway, entre outras. Estima-se que, naquele período, alavancado pela Copa do Mundo realizada no Brasil, a marca Pelé tenha levantado estimados 25 milhões de dólares em faturamento, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

Depois dos Jogos Olímpicos de 2016, já com dificuldades para andar, depois de mal sucedida cirurgia nos quadris, Pelé reduziria suas aparições para no máximo 15 por ano. Estaria de bom tamanho: a expectativa da Legends 10 era chegar a um montante de 100 milhões de dólares em caixa quando a tocha olímpica deixasse o Rio de Janeiro. Nos últimos anos de vida, uma cirurgia mal sucedida no quadril limitou seus movimentos e reduziu drasticamente as suas aparições públicas.

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