Com apenas 19 anos, Damiris foi escolhida pelo Minnesota Lynx, atual campeão da WNBA, no último draft. Ela priorizou a Seleção Brasileira e se apresentará à nova equipe apenas depois dos Jogos Olímpicos de Londres-2012, mas vê sua presença frequente no time nacional incerta durante as próximas temporadas.
Questionada se teme enfrentar dificuldades para defender a Seleção no futuro, a atleta titubeou. ‘Não sei, não sei. Eu acho que a Seleção Brasileira vem em primeiro lugar, mas não sei o que vai acontecer quando eu estiver na WNBA e como vai ser o meu contrato. Vou esperar para saber’, afirmou.
Incluídas na pré-lista do técnico Luiz Cláudio Tarallo para os Jogos Olímpicos de Londres-2012, Érika e Iziane costumavam ter dificuldades para servir à Seleção enquanto atuavam na WNBA – a ala passou cerca de dois anos afastada do time nacional após se desentender com o então treinador Paulo Bassul.
Juntas, Damiris, Érika e Iziane participam do período de preparação para os Jogos de Londres. Ao lado das atletas com passagem pela liga norte-americana de basquete, a jovem de 19 anos aproveita para perguntar sobre seu próximo destino e faz planos para iniciar os estudos de inglês.’Meu foco agora é a Olimpíada. Estou treinando para ficar entre as 12 convocadas e poder representar bem o Brasil, mas sem dúvida a gente conversa sobre a WNBA. Eu já perguntei como são os treinamentos, os dias de folga, os jogos. Mas estou pensando antes nas Olimpíadas’, reiterou Damiris.
Ela chegou a disputar o Mundial Adulto da República Tcheca-2010 e foi o destaque do Mundial Sub-19 do Chile-2011, já que terminou como cestinha e MVP. Após deixar Jundiaí para defender o Celta de Vigo-ESP, fez uma boa temporada e acabou draftada pelo Minnesota Lynx.
Jovem, Damiris fala com naturalidade sobre a precocidade de sua trajetória. ‘Tudo aconteceu muito rápido. Coloquei meu nome no draft e não esperava ser escolhida logo na primeira lista. Sendo o campeão da WNBA, o friozinho na barriga aumenta, mas eu quero chegar bem focada’, explicou.
IZIANE: ‘ELA TEM QUE SE IMPOR’
Com larga experiência na WNBA, Iziane já defendeu quatro equipes na liga norte-americana entre 2002 e 2011, quando deixou o Atlanta Dream. Em entrevista publicada pela GE.Net no último dia 8 de maio, ela aconselhou Damiris a se impor.
‘As americanas sabem que são as melhores. Então, elas acabam querendo passar por cima da gente que vêm de outro lugar. A Damiris tem que saber se impor, lembrar que ela está lá porque é boa, por méritos, porque ela tem basquete e é um talento’, disse.
Experiente, Iziane aposta no sucesso da compatriota nos Estados Unidos. ‘Ela tem todas as condições. Está indo jovem, tem muito o que aprender lá, jogar como elas jogam. Então, está em um momento bom para se adaptar e quem sabe ser uma grande jogadora da WNBA’, apostou a ala.
Antes de iniciar a empreitada na liga norte-americana de basquete, Damiris se prepara para os Jogos Olímpicos de Londres sob o comando do técnico Luiz Cláudio Tarallo, um velho conhecido. No Mundial Sub-19 em que a atleta se destacou, o treinador era o mesmo.
‘Como estou com o Tarallo há três anos, nós dois nos conhecemos bem. Ele me passa muita confiança e isso faz diferença dentro de quadra. Tenho a liberdade de chegar para perguntar e ao mesmo tempo ele pode me dar uma bronca para eu melhorar. Me sinto segura com o Tarallo e as outras meninas também, porque trabalhamos com ele na base’, disse.
O longo período de preparação para os Jogos Olímpicos e a presença de todas as atletas praticamente desde o começo da fase de treinamento são apontados como trunfos por Tarallo. Afinada com o discurso do treinador, Damiris também valoriza a oportunidade de trabalhar o entrosamento.
‘Treinando com a Érika, vou saber melhor como ela gosta que eu passe. Treinando com a Izi, posso exercitar meu corta-luz forte para ela’, exemplificou a jovem. ‘O entrosamento é muito importante para conseguirmos chegar bem a Londres’, completou Damiris.