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Moradores de Port Said enfrentam dia seguinte à tragédia em estádio

Belém Delgado. Port Said (Egito), 2 fev (EFE).- Como se tentassem sair de um pesadelo, os habitantes de Port Said defenderam nesta quinta-feira sua personalidade pacífica e acusaram policiais e pistoleiros pela trágica morte de mais de 70 pessoas no estádio de futebol local. Nesta cidade mediterrânea do Egito, seus moradores quase não podiam explicar […]

Por Da Redação
2 fev 2012, 17h03
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  • Belém Delgado.

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    Port Said (Egito), 2 fev (EFE).- Como se tentassem sair de um pesadelo, os habitantes de Port Said defenderam nesta quinta-feira sua personalidade pacífica e acusaram policiais e pistoleiros pela trágica morte de mais de 70 pessoas no estádio de futebol local.

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    Nesta cidade mediterrânea do Egito, seus moradores quase não podiam explicar como uma partida entre o time local, o Al-Masry, e um dos grandes do Campeonato Egípcio, o Al-Ahly, acabou de forma tão sangrenta.

    Com as imagens ainda recentes da invasão de torcedores e dos mortos e feridos sendo carregados para longe da confusão, os rostos de incredulidade e indignação eram a tônica geral nos arredores do estádio de Port Said.

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    O jovem Mohammed Zakari ainda guardava no bolso o ingresso dessa fatídica partida. ‘A Polícia sabia o que ia acontecer. Entrei no estádio sem que me revistassem e abriram as portas para que passassem os baltaguiya’, lembrou, em alusão aos pistoleiros do antigo regime de Hosni Mubarak.

    Rodeado por uma multidão de pessoas que gritava contra o descontrole das autoridades, Zakari relatou como tentou socorrer os feridos enquanto tentava escapar das pedras lançadas.

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    Dezenas de torcedores das duas equipes que se confrontaram ontem se uniram hoje em uma manifestação perto do estádio e cantaram palavras de ordem como ‘Onde está a Polícia?’ e ‘O importante não é o futebol, somos irmãos’.

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    Os torcedores chegaram às portas do estádio, que permanecia fechado ao público enquanto em seu interior um grupo da Procuradoria buscava uma resposta coerente para tamanha confusão.

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    Um funcionário do clube local, Mohammed Fein, culpou pela violência simpatizantes do A-lMasry que correram para agredir os rivais, assim como a passividade das forças de segurança.

    ‘Tínhamos nos reunido previamente com os torcedores para pedir que se comportassem, mas alguns pistoleiros os estimularam a fazer o contrário’, garantiu Fein, reconhecendo que estavam cientes do perigo que rodeava a partida pela tensão alimentada por radicais de ambas equipes nas redes sociais.

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    Nesse mesmo sentido se manifestou o diretor do estádio, Mohammed Yunis, que acrescentou que os policiais se limitaram a olhar e não interferiram por medo de se transformarem em alvo das agressões.

    A direção do clube local, no entanto, considerou que o cancelamento do jogo teria acirrado ainda mais os ânimos e se mostrou surpresa pela dimensão dos distúrbios.

    Para outro torcedor presente no estádio, que se identificou como Sayid, as forças de segurança e os remanescentes do antigo regime são os ‘culpados’, já que ‘pararam de deter os torcedores violentos para deixá-los atuar em liberdade’ desde a Revolução de 25 de Janeiro, que depôs Mubarak.

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    Enquanto a tristeza se estampava nas ruas pouco movimentadas de Port Said, no Cairo cresciam as críticas e os pedidos para que sejam apuradas as responsabilidades.

    Em uma sessão extraordinária do recém constituído Parlamento, de maioria islamita, o presidente da Câmara Baixa, Saad Katatni, frisou que o massacre se deveu à ‘deficiência e negligência’ dos corpos de segurança.

    O membro do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político dos Irmãos Muçulmanos, incluiu o incidente dentro dos últimos episódios de violência que o Egito vive desde a revolução.

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    Por enquanto, não cessaram de chover destituições como as do governador provincial de Port Said, do chefe dos serviços de Inteligência e de Segurança da mesma província e do presidente da Federação de Futebol Egípcia.

    Até o primeiro-ministro egípcio, Kamal Ganzuri, reconheceu diante do Parlamento sua responsabilidade política e se mostrou disposto a prestar contas.

    Porém, os torcedores mais radicais do Al-Ahly não se conformaram com isso e se uniram aos manifestantes contra a Junta Militar na praça Tahrir do Cairo para ali iniciar uma manifestação até a sede do Ministério do Interior, onde aconteceram novos confrontos.

    Mais de 200 pessoas ficaram feridas nos choques registrados entre torcedores e integrantes das forças de segurança no centro do Cairo, informou à Agência Efe o subsecretário do Ministério da Saúde do país, Hesham Sheiha.

    No primeiro dia de luto dos três decretados pela Junta Militar, O Egito segue assombrado pelos momentos mais negros de sua complicada transição à democracia. EFE

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